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Jamil Chade

Para OMS, caso no Brasil é teste para comportamento do vírus

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra -
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra

Colunista do UOL

26/02/2020 15h51

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o caso detectado no Brasil de coronavírus pode ser um teste para o comportamento do vírus. O país é o primeiro em uma zona tropical a ter um caso confirmado, um novo cenário para a crise que começou no final de 2019.

Até agora, todos os casos tinham sido registrados em países do Hemisfério Norte, que vive sua estação de inverno, e países que fazem fronteira.

Com um registro no Hemisfério Sul, em pleno verão, os técnicos da OMS indicam que irão acompanhar de perto para avaliar de que forma ocorreria uma eventual transmissão. Na entidade, a esperança é de que os dados coletados pelo Brasil sejam transmitidos para Genebra e que possam ser compartilhados com os demais países e especialistas.

Pelas regras da OMS, há uma obrigação no compartilhamento dos dados.

Dentro da agência, o caso brasileiro não chegou como surpresa e a previsão é de que a proliferação atingirá novos países nos próximos dias. A questão, segundo a agência de Saúde da ONU, não é se um novo infectado será registrado. Mas como um governo deve lidar com o caso.

De acordo com a OMS, ainda não é o momento de se declarar uma pandemia mundial. Mas o cenário não está descartado.

A situação de vários surtos simultâneos era exatamente o que a OMS queria evitar ao declarar a emergência sanitária global. A estratégia era de tentar blindar os demais países, com medidas drásticas em seu epicentro, na China.

A proliferação acabou ocorrendo. Mas, ainda assim, a OMS estima que as ações chinesas permitiram que o mundo "ganhasse tempo" para se preparar para o vírus.