Brasil tem uma das maiores quedas de vacinação no mundo, alerta OMS
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A OMS e UNICEF lançaram nesta quarta-feira um alerta sobre a queda das taxas de vacinação no Brasil e em outros países latino-americanos, duramente afetados pela pandemia. As entidades pedem esforços imediatos para vacinar todas as crianças. No mundo, a cobertura de imunização parou em 85% por quase uma década, com 14 milhões de crianças não vacinados anualmente.
Para 2020, os problemas devem aumentar, diante das interrupções no fornecimento e na aceitação dos serviços de imunização causadas pela pandemia da covid-19.
O Brasil, no levantamento da OMS, aparece como um dos países que mais regrediu nos últimos cinco anos, com índice hoje de pouco mais de 70% de cobertura para difteria, tétano e coqueluche. A queda na cobertura universal de vacinas para crianças foi de 23 pontos percentuais entre 2015 e 2019, a mesma taxa de redução registrada na Venezuela, país em crise humanitária. Apenas a Líbia, país em guerra, e Samoa, registraram uma queda superior aos índices do Brasil.
Segundo novos dados da OMS e da UNICEF, o problema afeta muitas regiões do mundo e as interrupções que poderão ocorrer em 2020 ameaçam reverter o progresso conquistado para alcançar mais crianças e adolescentes com uma gama mais ampla de vacinas.
Especialmente preocupante é a vacinação contra a difteria, tétano e coqueluche no Brasil. Cerca de 800 mil crianças estariam sem proteção hoje no país.
Se na Ásia a taxa aumentou em 12 pontos percentuais nos últimos 10 anos, a situação é descrita como "especialmente preocupante para a América Latina e o Caribe, onde a cobertura historicamente alta tem sofrido uma queda na última década".
"No Brasil, Bolívia, Haiti e Venezuela, a cobertura de imunização caiu em pelo menos 14 pontos percentuais desde 2010", diz a OMS. "Estes países agora também estão enfrentando interrupções moderadas a severas relacionadas à COVID19", alerta.
Outro desafio é do sarampo. "Devido à pandemia de COVID-19, pelo menos 30 campanhas de vacinação contra o sarampo foram ou correm o risco de ser canceladas, o que poderia resultar em novos surtos em 2020 e nos anos seguintes", alerta a OMS.
De acordo com uma nova pesquisa da UNICEF, OMS e Gavi, realizada em colaboração com os Centros de Controle de Doenças dos EUA, o Instituto de Vacinas Sabin e a Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, três quartos dos 82 países que responderam relataram interrupções relacionadas à COVID-19 em seus programas de imunização a partir de maio de 2020.
"As razões para a interrupção dos serviços variam", explica a OMS. "Mesmo quando os serviços são oferecidos, as pessoas não conseguem acessa-los por causa da relutância em sair de casa, interrupções de transporte, dificuldades econômicas, restrições de movimento ou medo de serem expostas a pessoas com a COVID-19", dizem.
"Muitos trabalhadores da saúde também não estão disponíveis devido a restrições de viagem ou redistribuição para as funções de resposta à COVID, bem como a falta de equipamento de proteção", apontam.
Em 2019, quase 14 milhões de crianças perderam as vacinas que salvam vidas, como o sarampo e difteria.
"Dois terços delas estão concentradas em 10 países de renda média e baixa: Angola, Brasil, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão e Filipinas", explica a OMS.
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