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Greta: Bolsonaro "fracassou" na proteção de condições de vida
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A ativista Greta Thunberg criticou o presidente Jair Bolsonaro por conta da crise da pandemia e do meio ambiente, alertando que ele "fracassou em assumir responsabilidades para defender as condições presentes e futuras" para a humanidade.
"Não devemos falar de indivíduos, pois se trata de um problema maior. Mas Jair Bolsonaro tem uma enorme responsabilidade, tanto no que se refere ao clima e meio ambiente, e claro vemos a resposta do Brasil na pandemia", disse a sueca, numa coletiva de imprensa nesta segunda-feira.
"Posso dizer que ele fracassou em assumir a responsabilidade que é necessária para proteger tanto as condições presentes e futuras de vida para a humanidade", afirmou.
Chamada de "pirralha" pelo presidente Jair Bolsonaro por suas cobranças em relação à preservação da Amazônia, Greta entrou na campanha por uma distribuição mais justa de vacinas pelo mundo e critica o comportamento dos governos de países ricos que acumularam doses, deixando dezenas de locais sem abastecimento.
Nesta segunda-feira, ela anunciou a doação de 100 mil euros de sua fundação para reforçar os cofres da OMS na compra e distribuição de vacinas. O mecanismo criado pela agência, a Covax, vive um momento de pressão, já que não conseguiu atingir seu cronograma de entrega de vacinas estipulado no início do ano.
O plano previa o envio de 100 milhões de doses para países mais pobres, até o final de março. Hoje, porém, o mecanismo conseguiu distribuir pouco mais de 40 milhões de vacinas.
"A comunidade internacional deve fazer mais para enfrentar a tragédia que é a desigualdade de vacina", disse Greta.
"Temos os meios à nossa disposição para corrigir o grande desequilíbrio que existe hoje no mundo inteiro na luta contra a covid-19. Assim como com a crise climática, devemos ajudar primeiro aqueles que são os mais vulneráveis", defendeu a ativista.
De acordo com a OMS, em média, 1 em cada 4 pessoas em países de alta renda recebeu uma vacina contra o coronavírus, em comparação com apenas uma em mais de 500 em países de baixa renda.
Segundo Greta, o mundo viu o que ocorre quando o foco é colocado na ciência, com a produção de vacinas em tempo recorde. Mas Greta alerta que "não é ético" que certos países estejam vacinando jovens, enquanto em dezenas de locais médicos e idosos continuam sem proteção.
"É um teste moral", disse. Para ela, o "nacionalismo está arruinando" a resposta global contra a pandemia.
Cúpula de Biden
Greta ainda alertou que o mundo corre o risco de viver novas pandemias se não modificar a forma de lidar com o meio ambiente.
"Ao cortar florestas, estamos criando condições ideais para que novas doenças cheguem a nós", afirmou. "Não há como separar a crise sanitária e a crise ambiental", alertou.
Greta ainda fez um alerta, às vésperas de uma cúpula do clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden. "Esses eventos podem ter discursos bonitos. Mas não lidam com as brechas e nem trata da crise. O que precisamos é mudar a mentalidade e ter uma nova visão de mundo", disse.
"Só vamos conseguir dar uma resposta quando tratarmos da crise como uma crise, que se reconheça que ela é uma crise", defendeu.
"Greta Thunberg inspirou milhões de pessoas em todo o mundo a agir para enfrentar a crise climática, e seu forte apoio à equidade de vacinas para combater a pandemia mais uma vez demonstra seu compromisso em tornar nosso mundo um lugar mais saudável, seguro e justo para todas as pessoas", disse Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "Peço que a comunidade global siga o exemplo de Greta para dar apoio à Covax para proteger as pessoas mais vulneráveis do mundo contra esta pandemia", disse.
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