Topo

Jamil Chade

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Ernesto ganha licença de um ano do Itamaraty

O presidente Jair Bolsonaro conversa com o chancele Ernesto Araújo, no Itamaraty - MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro conversa com o chancele Ernesto Araújo, no Itamaraty Imagem: MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

01/09/2021 09h32

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O ex-chanceler Ernesto Araújo recebeu uma licença de um ano e não atuará como diplomata até 30 de agosto de 2022. A informação está sendo divulgada nesta manhã, em boletim oficial do Itamaraty.

Não há uma explicação e, segundo a coluna apurou, ele não receberá salário durante o período afastado. O Ministério das Relações Exteriores apenas indica que ele terá "licença para tratar de interesses particulares".

"A Licença para Tratar de Interesses Particulares foi concedida hoje ao Embaixador Ernesto Araújo, nos termos do artigo 91 da Lei nº 8.112/90, conjugado com o artigo 13, caput, da Instrução Normativa nº 34 da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal, de 24 de março de 2021. A licença tem prazo de um ano e não é remunerada", explicou o Itamaraty, numa nota.

A suspeita entre diplomatas brasileiros é de que Araújo possa estar articulando o lançamento de uma candidatura, nas eleições em outubro de 2022.

Desde sua queda do comando do Itamaraty, Araújo não voltou a trabalhar. Num primeiro momento, ele foi colocado num departamento administrativo. Depois, solicitou e recebeu um período de licença de três meses, que venciam no dia 31 de agosto.

Em sua gestão, o Brasil ampliou seu isolamento internacional e se aliou a grupos de extrema-direita pelo mundo. Ele ainda fez questão de impedir um diálogo maior com a China e, em plena pandemia, passou a atacar a OMS e as entidades internacionais que tentavam coordenar uma resposta à crise sanitária.

Nos corredores do Itamaraty, o comunicado do afastamento foi recebido ainda com ironia, com funcionários questionando o motivo da licença, já que há anos ele já se ocupa de "interesses particulares".