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Ministério da Defesa não está definido, e Jobim aguarda ligação de Lula
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Não existe ainda definição de quem irá assumir o Ministério da Defesa, ao contrário do que vem sendo anunciado por aliados de grupos bolsonaristas, e Nelson Jobim já acenou em conversas privadas que, se for convidado, estaria disposto a assumir uma das pastas mais delicadas no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo fontes na equipe que negocia a transição de governo, o alto comando das Forças Armadas quer impor o nome do ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), José Múcio Monteiro, para o cargo.
Múcio de fato se reuniu com Lula, mas, segundo membros da equipe de transição, não houve uma definição final de que seria ele quem assumiria o ministério.
O nome enfrenta resistência, mesmo sendo um civil. Isso por conta de uma simpatia de Múcio em relação a grupos bolsonaristas dentro das Forças Armadas. Em seu mandato, aprovou todas as contas das Forças Armadas, sem fazer questionamentos.
Já Jobim acenou que toparia ser o ministro da Defesa. Mas que não faria campanha para isso e que teria de ser convidado. Celso Amorim, ex-ministro da Defesa, seria outro que estaria disposto a dar seu apoio ao nome de Jobim.
Segundo essa ala do grupo de transição, Jobim seria o único com condições de escolher como comandantes de cada uma das forças militares pessoas que não defendam a visão de que o artigo 142 da Constituição dá aos militares um suposto poder moderador, que é uma tutela sobre o poder civil.
Na equipe de transição, dois critérios tinham sido estabelecidos para a escolha de um ministro. Um deles era de que fosse capaz de escolher comandantes que fizessem declarações públicas de que não teriam poder moderador.
O segundo aspecto é a de que não tolerariam indisciplina por parte das Forças.
O temor de uma parte da equipe é de que Lula, se optar por aceitar a pressão de militares e escolher Múcio, correria o risco de assumir o governo em 2023 sem condições de escolher sua equipe, inclusive seus comandantes.
Nas últimas horas, interlocutores em Brasília ainda confirmaram que o presidente eleito foi procurado por diferentes fontes para alertá-lo sobre a situação.
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