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Governo Lula leva garantias sobre democracia e clima para Davos, diz Marina
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participa a partir de segunda-feira do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e leva consigo duas mensagens que a comunidade internacional espera do Brasil neste momento: a do compromisso pela democracia e pelo combate contra o desmatamento.
Os organizadores convidaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o evento, mas o governo optou por ser representado por Marina Silva e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que terá a missão ainda de explicar sua política econômica aos CEOs das maiores multinacionais.
Depois dos ataques os Três Poderes no Brasil há uma semana, porém, a delegação brasileira sabe que terá que levar ainda uma mensagem clara de que a democracia resistiu, deu uma resposta à altura e que a Justiça faz seu trabalho.
Para o governo Lula, é fundamental que os acontecimentos nos últimos dias não transmitam uma imagem de um governo vulnerável ou de um país instável. Num momento em que a nova administração busca recuperar o protagonismo internacional, tais sinais prejudicariam a credibilidade da ofensiva diplomática.
Davos, portanto, será usado como palco para que o governo tente assegurar à comunidade internacional que a democracia prevaleceu.
Quem vai? Neste ano, mais de 50 chefes de Estado e de governo estarão em Davos, ainda que nem Joe Biden (presidente dos EUA) ou Xi Jinping (da China) tenham optado por viajar.
Antes de embarcar, Marina Silva conversou com o UOL sobre sua primeira viagem ao exterior como ministra. O evento ocorre entre os dias 16 e 20 de janeiro, numa das estações de esqui mais sofisticadas dos Alpes e para onde a cúpula da economia mundial desembarca uma vez por ano.
Eis alguns trechos da conversa:
A senhora viaja uma semana depois dos ataques contra Brasília. Acredita que a credibilidade do país possa sofrer?
Marina Silva - Ela já vinha sofrendo e muito. E o que aconteceu no dia 8 é ainda o "resto a pagar" do que vinha ocorrendo. Isso foi a demonstração cabal de que, do ponto de visto social, político e civilizatório, o Brasil não suportaria mais quatro anos de Jair Bolsonaro [PL]. É a demonstração cabal da importância estratégica da eleição de Lula.
Assim como eles [bolsonaristas] estão deixando uma conta negativa de desmatamento e de pobreza, estão deixando essa conta negativa na imagem do Brasil. O novo governo reverte isso. Vimos a quantidade de telefonemas que Lula recebeu e a sinalização de governos não compactuariam com qualquer aventura autoritária.
Sobre a ameaça autoritária, a senhora leva alguma mensagem específica de que a democracia é sólida?
Com certeza. As nossas instituições democráticas e a ação do Estado brasileiro reagiram à altura à confrontação que foi feita. Temos confiança. Mas não podemos subestimar e precisamos ser vigilantes. E não ter a sensação de que somos autossuficientes. Onde a democracia é atacada num lugar, ela deve receber solidariedade de todos.
A democracia é um ecossistema. Onde ela está enfraquecida em um lugar, está enfraquecendo a todos. Se, por um lado, já conseguimos derrotar eleitoralmente esse movimento, agora é o esforço de continuar para que o governo da democracia seja vitorioso."
Qual a mensagem da senhora para Davos?
A de que o Brasil volta ao protagonismo, sustentado pelo fortalecimento da democracia, combate à desigualdade e sustentabilidade. Obviamente que a tradução disso em termos efetivos é o grande desafio que está sendo colocado ao governo, com a clareza de que isso não é uma ação exclusiva do governo. Vai depender da capacidade de criar políticas públicas, mas em forte parceria com diferentes segmentos da sociedade, como empresários e movimentos sociais.
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