Topo

Jamil Chade

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Com Lula, Brasil volta a condenar assentamentos israelenses na Cisjordânia

Governo Lula volta a se alinhar com latino-americanos ao condenar Israel  - Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 16.fev.2023
Governo Lula volta a se alinhar com latino-americanos ao condenar Israel Imagem: Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo - 16.fev.2023

Colunista do UOL

17/02/2023 14h01

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Depois de quatro anos adotando uma postura de apoio ao governo de Israel, o Brasil volta a se alinhar com a América Latina e condenou os assentamentos israelenses na Cisjordânia.

O gesto foi tomado em nota divulgada hoje de forma conjunta pelos governos de México, Chile e Argentina, além do brasileiro.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil abandonou sua postura tradicional de equilíbrio entre as reivindicações palestinas e a posição de Israel. Em votações da ONU, o Brasil passou a ser um dos poucos países a apoiar explicitamente o governo israelense.

Bolsonaro chegou a prometer mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, o que jamais de fato ocorreu.

Agora, ao lado dos demais países latino-americanos, o governo Lula declara que vê com "profunda preocupação a decisão do governo de Israel de legalizar nove postos avançados ("outposts") e construir dez mil casas em assentamentos existentes na Cisjordânia".

A decisão israelense também foi duramente criticada por governos europeus e até mesmo pelos EUA.

"Essas medidas unilaterais constituem graves violações do Direito Internacional e das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, especialmente a resolução 2.334 (2016), além de contribuir para elevar as tensões atuais", declararam os governos latino-americanos.

O Brasil e os demais países ainda expressam "oposição a qualquer ação que comprometa a viabilidade da solução de dois Estados, na qual Israel e Palestina possam compartilhar fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente, respeitando as legítimas aspirações de ambos os povos de viver em paz".

A nota ainda conclui com um pedido de Argentina, Brasil, Chile e México para que israelenses e palestinos "se abstenham de atos e provocações que possam promover nova escalada de violência e que retomem as negociações para chegar a uma solução pacífica para o conflito".