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José Roberto de Toledo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Rainha destrona Bolsonaro nas redes e acaba com 'efeito 7 de Setembro'

                                 O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a rainha Elizabeth II                              -                                 Jonathan Brady/POOL/AFP/Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a rainha Elizabeth II Imagem: Jonathan Brady/POOL/AFP/Alan Santos/PR

Colunista do UOL

08/09/2022 19h09

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A rainha não deu chance para os candidatos a presidente nesta quinta-feira. A morte de Elizabeth 2ª monopolizou as atenções do público em quase todas as plataformas, segundo levantamento da Arquimedes e Google Trends:

  • Liderou os Twitter Trends e todas as postagens com mais engajamento;
  • Provocou 99 vezes mais buscas no Google do que Bolsonaro ou Lula;
  • Ocupou a maior parte do espaço das capas de portais de notícias e de tempo nos telejornais.

E daí? A morte da rainha quebrou o bom momento que Bolsonaro vivia nas redes desde a véspera, quando as manifestações do 7 de Setembro fizeram ele se descolar de Lula e demais adversários nas redes. Por causa da troca de monarca na Inglaterra, o reinado de Bolsonaro não durou 24 horas.

Além de perder o embalo por causa da mudança de assunto, Bolsonaro não conseguiu pegar carona no fato do dia. Ao menos, não tanto quanto seu principal adversário.

  • Post de Lula sobre a morte da rainha liderava o ranking de likes do Instagram até o final da tarde desta quinta-feira, com o dobro de Bolsonaro. Em geral essa proporção costuma ser o contrário.
  • Em outro fato raro, nenhum dos 30 principais tópicos dos Twitter Trends na tarde quinta-feira era sobre Bolsonaro.
  • Antes de o dia escurecer na quinta, um post sobre a morte da rainha em português já tinha superado o post com mais engajamentos de Bolsonaro no 7 de Setembro.
  • Até no WhatsApp, onde Bolsonaro reina, levantamento da Palver mostrava a rainha colando no presidente entre os 14 mil grupos monitorados.

Para além da mera curiosidade, a perda de controle sobre a conversação nas redes sociais a menos de um mês da eleição presidencial já seria um fato raro para Bolsonaro e seus marqueteiros digitais. Tornou-se um fato único por acontecer apenas 12 horas depois do maior evento da campanha de Bolsonaro em 2022.

O time de Carlos Bolsonaro vai ter que usar a imaginação para reconquistar o controle da narrativa na reta final do 1º turno.