Confiança em instituições políticas bate recorde, aponta Ipec
Uma pesquisa feita pelo IPEC no começo do mês de julho apontou que a confiança da população nas instituições políticas está crescendo.
Durante o programa Análise da Notícia, o colunista do UOL José Roberto de Toledo destacou que, com exceção da confiança na presidência da República, a confiança em instituições como Congresso, governo federal e partidos políticos atingiu o maior patamar da série histórica. A confiança nas Forças Armadas, por outro lado, está caindo.
Instituições políticas, como o Congresso e partidos políticos, estão no recorde de confiança da série histórica. Já as Forças Armadas, embora tenham uma confiança maior, estão caindo.
José Roberto de Toledo
Bombeiros sempre lideraram ranking. O início da série histórica do IPEC foi no ano de 2009 e, desde então, os bombeiros sempre foram apontados como a instituição mais confiável pela população. A pesquisa também mede o grau de confiança de instituições como igrejas, judiciário, empresas, bancos, SUS e escolas públicas.
Congresso e partidos políticos atingem o maior grau de confiança na série histórica. Embora ainda ocupem os dois últimos lugares no ranking de 20 instituições analisadas, o Congresso e os partidos políticos nunca tiveram um grau de confiança tão alto como aponta a pesquisa realizada em 2023. Os partidos políticos aparecem na última posição do ranking, marcando 34 pontos, enquanto o Congresso marcou 40 pontos. Em 2022, marcaram 30 pontos e 34 pontos, respectivamente.
Presidência da República tem mudança significativa em um ano. Em 2022, último ano de seu governo, o nível de confiança na presidência da República de Jair Bolsonaro (PL) era de 41 pontos. Na pesquisa feita esse ano, no primeiro ano do governo de Lula (PT), o nível subiu para 50 pontos. Já a confiança no governo federal, que era de 47 pontos no último ano, saltou para 52 pontos.
Forças Armadas ocupam pior posição da história no ranking. Historicamente as Forças Armadas sempre estiveram em um lugar de destaque no ranking, oscilando entre o segundo e o terceiro lugar. Desta vez, caíram para 5º. A diferença para instituições governamentais, por exemplo, que chegou a ser de 54 pontos a favor das Forças Armadas em 2017, hoje é de apenas 16 pontos.
É a revanche da política. Aquilo que sempre foi considerado o patinho feio das instituições brasileiras continua sendo, mas se recuperou. Melhorou de posição e todas elas se aproximam de outras instituições que põem em risco a política, como, por exemplo, as Forças Armadas.
José Roberto de Toledo
Falta de confiança nas instituições políticas resultou na eleição de Bolsonaro. Em 2013, quando houve diversas manifestações nas ruas, o nível de confiança em todas as instituições, políticas ou não, caiu. Algumas delas se recuperaram mais rapidamente, como as Forças Armadas, e abriram uma grande distância em relação à confiança nas instituições políticas, e isso resultou na eleição de Bolsonaro em 2018.
Prefeitos chegam fortes na briga pela reeleição em 2024. Os governos locais, quando são avaliados a condução dos municípios em que as pessoas entrevistadas moram, atingiu o maior nível de confiança da série histórica ao marcar 54 pontos. Isso indica que os prefeitos que estão no cargo chegarão com força na busca pela reeleição ou na tentativa de eleger um sucessor.
Congresso chegou a ter um nível de confiança de apenas 18 pontos. Hoje, com 40 pontos, o Congresso atingiu o nível de confiança mais alto da série histórica que, até então, era 38% no ano de 2010. Em 2017 e 2018, durante o governo de Michel Temer, entretanto, o grau de confiança no Congresso foi de apenas 18 pontos, a marca mais baixa da série histórica.
Lula chegou a ter 69 pontos de confiança em 2010. No último ano do segundo mandato de Lula, em 2010, o nível de confiança na presidência da República era de 69 pontos. Dilma teve 52 pontos em seu primeiro mandato e 26 pontos em seu segundo, Temer apenas 14 pontos, e Bolsonaro, uma média de 42 pontos em seus quatro anos de mandato. Lula atingindo 50 pontos em 2023 mostra uma sinalização positiva para a política e para seu governo.
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Opinião
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