Weintraub consolida-se como ministro constrangedor
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A ignorância é a matéria mais bem distribuída entre os seres humanos. Todo mundo desfruta da companhia da ignorância em alguma proporção, só que em assuntos diferentes. O segredo para lidar com o fenômeno é o seguinte: o pouco que a gente sabe coloca na vitrine. O muito que a gente ignora esconde no porão. O diabo é que Abraham Weintraub decidiu imitar o chefe, exibindo-se nas redes sociais. Implacável, o Twitter expõe a ignorância em poucos toques. Sem retoques.
O ministro da Educação já ofereceu ao país inúmeras demonstrações de que trava com a língua portuguesa um relacionamento tumultuado. Weintraub cultiva uma paixão pelo erro. E o seu sentimento é plenamente correspondido. No penúltimo vexame, o chefe do MEC escorregou ao comentar no Twitter um elogio que recebera do Zero Três Flávio Bolsonaro por ter lançado, em parceria com Sergio Moro, um programa de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado sobre Segurança Pública.
O mais "imprecionante", escreveu o ministro, é que não havia pesquisa sobre Segurança. Ele grafou impressionante assim, com "C". Ninguém está livre de cometer erros de português. Mas a galeria de Weintraub, vasta e diversificada, impressiona. Sobretudo quando se recorda que o personagem, crítico mordaz das insuficiências estudantis, administra o Enem, cuida das políticas públicas ligadas à alfabetização.
A reiteração dos erros de português seria embaraçosa para qualquer ministro da Educação. Entretanto, para um ministro conhecido pela agressividade com que desqualifica os adversários nas redes sociais, o flagelo é ainda mais constrangedor. A essa altura, considerando-se a mercadoria que Weintraub foi (in)capaz de levar à vitrine, é "imprecionante" que os "çábios" de Brasília ainda não tenham notado que o MEC está acéfalo no alvorecer do segundo ano do governo de Jair Bolsonaro.
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