Na Secom, Bolsonaro queima junto com assessor
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O incêndio que arde na Secretaria de Comunicação da Presidência da República não para de crescer. Avolumam-se as evidências de que o chefe do órgão, Fabio Wajngarten, meteu-se num conflito de interesses que carboniza sua reputação e pode resultar em processo por improbidade administrativa. Como empresário, presta serviços a emissoras de TV e agências de publicidade. Como secretário, gerencia o rateio das verbas publicitárias.
A Comissão de Ética da Presidência da República analisa a encrenca no dia 28. O Tribunal de Contas da União se equipa para perscrutar os contratos firmados por Wajngarten. A oposição prepara representação a ser protocolada na Procuradoria-Geral da República. E discute com aliados do centrão a hipótese de arrastar o secretário para uma inquirição no Congresso.
Alheio à movimentação, Bolsonaro lida com o incêndio à moda de um personagem de anedota de português. Nela, após incêndio no interior de um prédio, os bombeiros verificam os destroços. Encontram apenas um morto: Jair Manoel.
Ele estava de ponta-cabeça, com o dedo indicador apontando para um dos cantos do ambiente. Ao lado de Jair Manoel, havia um extintor de incêndio com a seguinte instrução: "Em caso de incêndio, vire para baixo e aponte para a chama."
Bolsonaro ficou de cabeça para baixo no instante em que, a despeito do cheiro de queimado, anunciou que manterá Wajngarten no cargo. "Se foi ilegal a gente vê lá na frente", declarou.
No momento, dispondo da caneta presidencial, único extintor capaz de deter o fogo, o capitão limita-se a apontar para as labaredas, sem se dar conta de que está sendo chamuscado.
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