Medido pelo PIB, Bolsonaro virou um sub-Temer
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Jair Bolsonaro assumiu a Presidência em meio a uma onda positiva. Ao tomar posse no Ministério da Economia, Paulo Guedes disse em seu discurso que o Brasil vivia um "momento de calmaria", com "expectativas favoráveis". Os pessimistas estimavam para o primeiro ano do novo governo um crescimento ao redor de 2%. Os otimistas falavam em 3%. Mas o PIB de 2019 fechou em 1,1%, resultado menor do que a taxa de 1,3% obtida nos dois anos de Michel Temer. A palavra adequada para definir a coisa é "frustração".
No mesmo discurso de posse em que celebrou "calmaria", Paulo Guedes informou que o Brasil alcançaria taxas de crescimento mais robustas escorando sua política econômica em "três pilares": reforma da Previdência, privatizações aceleradas e uma mexida tributária capaz de produzir simplificação, redução e eliminação de impostos.
Com sua capacidade de criar crises, Jair Bolsonaro eliminou a "calmaria". A despeito disso, o Congresso entregou uma reforma da previdenciária portentosa. O governo ficou devendo o pilar das privatizações aceleradas. E parece ter desistido de levar à mesa uma proposta de reforma tributária. Assiste aos esforços do Congresso para fundir dois projetos, um da Câmara e outro do Senado. Bolsonaro já não exibe um apetite por grandes mudanças. Até agora mantém na gaveta a reforma administrativa.
Medido pelo PIB, Bolsonaro conseguiu construir no primeiro ano do seu governo um desempenho de sub-Temer. O resultado é ruim. Parece ainda pior quando se recorda que Temer não dispunha da legitimidade do voto. E teve o mandato-tampão tumultuado pelo grampo do Jaburu. Neste início de 2020, o coronavírus levou embora qualquer perspectiva de calmaria. O governo e o mercado rebaixam suas previsões de crescimento. Só uma coisa não mudou: Bolsonaro continua produzindo crises.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.