Jair "Acabou a Patifaria" Bolsonaro encosta no balcão
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Avesso ao distanciamento social, marca da era do coronavírus. Jair Bolsonaro revelou-se um adepto fervoroso do isolamento político. Isolou-se tanto que agora está se sentindo ameaçadoramente solitário. A solidão não faz bem a Bolsonaro. Ele vai se tornando um personagem sem nexo. Começa a conversar com gente que ele prometia desprezar. Descobre da pior maneira que, em política, o maior problema dos rompimentos definitivos são as conciliações constrangedoras.
Em público, brigou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e subiu na carroceria de uma caminhonete no domingo para alardear que "acabou a época da patifaria", "não queremos negociar nada" e "chega da velha política". Na intimidade, o mesmo Bolsonaro tricota com os presidentes de partidos do centrão e do centro. Inclusive com o DEM de Rodrigo Maia.
A lista de parlamentares recebidos nos últimos dias por Bolsonaro está repleta de prontuários. Inclui investigados, denunciados e réus. Entre eles encrencados do PP, campeão no ranking da Lava Jato; do MDB, sócio majoritário do petismo na pilhagem do petrolão; do PL, um cartório partidário controlado pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto; do PSD do multiencrencado Gilberto Kassab.
Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro tenta se entender com o pedaço do Congresso que carrega o código de barras na lapela. As investidas anteriores esbarraram no preço. As pessoas que estiveram com o presidente afirmam nos subterrâneos que ele levou ao balcão órgãos como o Departamento de Obras Contra a Seca, Fundação Nacional de Saúde, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e até a presidência do Banco do Nordeste.
Em português claro: Bolsonaro encostou o estômago no balcão. Protagoniza cenas que se parecem muito com um filme já conhecido: o velho toma lá, dá cá. O final não costuma ser feliz. Espera-se pelo menos que Bolsonaro esclareça o que se deseja tomar e o que ele se dispõe a dar.
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