PF pode contribuir para tirar máscara da política
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A entrada da Polícia Federal no caso do Facebook, já autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tornou-se inevitável e necessária. Ao desativar as redes administradas anonimamente pelo bolsonarismo, o Facebook justificou-se dizendo que as páginas, as contas e os grupos exibiam um "comportamento inautêntico coordenado". Inautêntico é falso. Coordenado pressupõe a presença de coordenadores. É preciso esclarecer quais foram as falsidades difundidas nas redes sociais e quem comanda as mãos que operam os teclados.
De acordo com o Facebook, há entre os difusores de raiva e desinformação assessores do presidente da República e dos seus filhos. Olhando-se a lista de nomes, verifica-se que Jair Bolsonaro tem um espinho no pé. Chama-se Tércio Arnaud Thomaz. É assessor especial da Presidência, tem escrivaninha no terceiro andar do Planalto, a poucos passos da sala presidencial. Apontado como braço operacional do gabinete do ódio no Planalto, recebe R$ 13,6 mil por mês.
Se ficar demonstrado que Tércio é remunerado pelo contribuinte para desperdiçar seu expediente industrializando raiva e falsidade nas redes sociais, Bolsonaro pode ter problemas. A Constituição proíbe que um presidente seja processado por eventuais delitos cometidos antes da posse. Mas os indícios de que a rede clandestina operou nos anos de 2019 e 2020 empurram a encrenca para dentro do mandato de Bolsonaro.
Na única manifestação pública que fez sobre o caso, Bolsonaro jogou Tércio para baixo do tapete. Em vez de explicar o que faz o seu assessor, preferiu omitir o nome dele e desconversar. Desafiou a imprensa a mostrar manifestações de ódio nas suas redes sociais ou nas de seus filhos. Não é disso que a Polícia Federal vai tratar. As páginas oficiais de Bolsonaro e de sua prole continuam no ar. O que se investigará é a manipulação digital anônima contra instituições, adversários e a própria sociedade, que merece uma política feita sem máscaras.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.