Desejos de Guedes e travas de Bolsonaro produziram uma reforma Frankenstein
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Após um ano de embromação, chegou ao Congresso a reforma administrativa do governo. Ela é feita de uma combinação de pedaços dos desejos de Paulo Guedes com as travas impostas por Jair Bolsonaro. A mistura produziu uma espécie de reforma Frankenstein.
Elimina alguns privilégios, restringe a estabilidade funcional e estimula a produtividade. Mas não mexe com as castas mais privilegiadas do funcionalismo: juízes e procuradores. Não toca nos militares, a corporação de estimação de Bolsonaro. Não atinge os parlamentares.
No processo de junção das vontades de Guedes com as restrições de Bolsonaro, o governo tomou decisões que deixariam de cabelo em pé até Mary Shelley, autora do romance estrelado por Frankenstein.
O governo expôs os princípios da reforma numa proposta de emenda constitucional. Mas não divulgou os projetos de lei necessários para retirar as regas gerais do papel.
No geral, o governo deseja reduzir salários. Mas adia a proposta que expõe os cortes de remunerações. Deseja manter a estabilidade em certas áreas. Mas sonega o projeto com os nomes das corporações.
O Frankenstein do governo não assusta os atuais servidores, excluídos da reforma a contragosto de Guedes. Significa dizer que não haverá ganhos instantâneos. A economia virá no longo prazo, à medida que os funcionários mais antigos forem vestindo o pijama.
Os otimistas avaliam que o monstro pode virar galã a qualquer momento. Os pessimistas preferem adiar as conclusões para depois da apresentação dos projetos de regulamentação que o Planalto promete enviar e das emendas que os parlamentares não abrem de apresentar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.