Sucessão na Câmara vira briga Maia X Bolsonaro
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Após sofrer derrotas em série nas eleições municipais, Jair Bolsonaro decidiu se jogar de cabeça na disputa pela presidência da Câmara. Fechou com Arthur Lira, líder do centrão. Mas sua prioridade é impor uma derrota a Rodrigo Maia. Por ora, o capitão conseguiu apenas inspirar uma articulação que visa enviá-lo à frigideira junto com Lira.
Maia recebeu para o jantar, na noite de terça-feira, representantes das bancadas de esquerda. Gente com potencial para reunir 130 votos no plenário da Câmara, funcionando como fiel da balança na sucessão interna. Ao farejar uma resistência à sua reeleição, Maia disse que não pleiteará a recondução, mesmo que o Supremo Tribunal Federal permita.
Um dos deputados presentes ao repasto oferecido pelo presidente da Câmara resumiu a cena assim: "Sinto que o Rodrigo [Maia] gostaria de se reeleger. Mas ele prefere derrotar o Bolsonaro. Fará o que for necessário para atingir esse objetivo, inclusive apoiar uma candidatura que não seja a sua." No momento, negocia-se o rateio de cargos na Mesa diretora da Câmara.
Sempre que um presidente da República decide saltar dentro de uma trincheira na disputa pelo comando das Casas do Congresso, precisa certificar-se de que sairá vitorioso. Do contrário arrisca-se a comprar inimizades tóxicas. Na época em que Dilma Rousseff ainda dava expediente no Planalto, decidiu apoiar o petista Arlindo Chinaglia numa disputa contra Eduardo Cunha. Levou uma sova. E foi enviada para casa mais cedo.
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