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Taxa de reprovação de Bolsonaro sobe 21 pontos em nove meses: 53%
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Saiu mais uma pesquisa do Datafolha. A má notícia para Bolsonaro é que seu índice de reprovação escalou 21 pontos percentuais em nove meses. Bateu em 53%. É o pior desempenho desde a posse. Em dezembro, a taxa de impopularidade do presidente era de 32%.
A péssima notícia para Bolsonaro é que não se enxerga no horizonte nenhuma alavanca capaz de reerguer a sua imagem. Ao contrário, a deterioração da economia insinua que o desapreço do brasileiro pelo inquilino do Planalto seguirá em viés de alta, pois não há popularidade sem prosperidade.
A carestia passou a fornecer ao brasileiro farta inspiração para xingar o governo e o presidente. Os motivos aparecem rotineiramente na bomba de combustível, na conta de luz, na mercearia, na fila do desemprego... Bolsonaro transfere suas culpas para os governadores. Demora a perceber que no regime presidencialista a crise tem a cara do presidente.
Quando o presidente adiciona aos dramas cotidianos surtos de histeria como os de 7 de Setembro, aí mesmo é que a crise tende a virar uma tatuagem facial. Esta foi a primeira pesquisa depois do chilique antidemocrático do Dia da Independência, seguido da carta-rendição em que Bolsonaro terceirizou a Michel Temer um simulacro de moderação.
Considerando-se o grau de insanidade, Bolsonaro precisa erguer as mãos para o céu. Sua reprovação, que era de 51% em julho, subiu apenas dois pontos percentuais. Oscilou dentro da margem de erro. Mas manteve a curva ascendente iniciada em dezembro.
Os dados colecionados pelo Datafolha transformam em anedota a tese segundo a qual a multidão que foi ao asfalto a convite de Bolsonaro sinaliza o "apoio do povo". O presidente é avaliado como bom ou ótimo por 22% do eleitorado. Esse índice era de 37% em dezembro. Um tombo de 15 pontos percentuais.
O Datafolha elaborou uma escala de segmentação dos apoiadores de Bolsonaro. Leva em conta variáveis como voto declarado, grau de confiança e avaliação. Tudo considerado, o núcleo mais fiel de apoiadores do capitão é estimado em 11% dos brasileiros. Esse é o tamanho da bolha que saiu de casa para aplaudir Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios e na Avenida Paulista no fatídico 7 de Setembro.
A perda de prestígio de Bolsonaro junto ao resto dos brasileiros (89%) tende a aumentar na proporção direta do crescimento da ração de radicalismo que o presidente se vê obrigado a fornecer aos seus devotos. Na estratégia eleitoral do capitão, qualquer tentativa de moderação tem os dias contados. O comedimento deixou de fazer sentido político para Bolsonaro.
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