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TSE coleciona dados de olho em eventual inelegibilidade de Bolsonaro
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Em meio a uma contagem regressiva para o próximo surto de Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral disparou no rumo do gabinete presidencial uma bala perdida que desafia o armistício. Por decisão do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, a Corte vai apurar se houve propaganda eleitoral antecipada e abuso de poder nas manifestações promovidas por Bolsonaro no 7 de Setembro.
A providência foi tomada no âmbito do inquérito administrativo sobre a disseminação por Bolsonaro de mentiras que associam as urnas eletrônicas a fraudes inexistentes e ameaças ao processo eleitoral de 2022. Esse inquérito foi aberto no mês passado, por decisão unânime dos sete ministros que compõem o plenário do TSE.
O TSE coleciona dados para instruir uma eventual decretação da inelegibilidade de Bolsonaro, o que impediria o presidente de disputar a reeleição em 2022. Esse tipo de procedimento não depende de denúncia da Procuradoria-Geral. Ou seja, está fora do alcance da blindagem de Augusto Aras.
Deseja-se apurar a origem das verbas que financiaram os atos estrelados por Bolsonaro no Dia da Independência, incluindo o custo do transporte e diárias de manifestantes e a confecção de material em defesa do voto impresso. Além dos indícios de abuso de poder econômico, os atos podem ser enquadrados como campanha fora de época, o que é crime eleitoral.
O custeio das manifestações será apurado também em inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal sobre agressões à Corte e aos seus ministros por bolsonaristas que se envolveram na operação que subverteu os festejos do 7 de Setembro. O relator desse inquérito é Alexandre de Moraes, que Bolsonaro, em sua versão moderada, trata como um "ex-canalha".
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