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Briga entre Alcolumbre e Bolsonaro pede nocaute
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A desavença entre Davi Alcolumbre e Bolsonaro em torno da indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal atingiu um estágio crítico. Tornou-se um desses conflitos que precisam ser levados às últimas consequências. Até ontem, Alcolumbre e Bolsonaro eram aliados. Agora, trocam sopapos retóricos. A essa altura, todo brasileiro de bem deveria exigir que a briga seja levada às últimas consequências.
Armou-se o ringue na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. No comando, Alcolumbre mantém no freezer há três meses a sabatina de André Mendonça, o "terrivelmente evangélico" que Bolsonaro deseja enviar ao Supremo. O senador prefere o nome de Augusto Aras. O presidente insinuou que está sendo chantageado para desistir da indicação de Mendonça em troca da resolução dos seus problemas na CPI da Covid. Disse que Alcolumbre teve do seu governo "tudo o que foi possível".
Ao responder, o senador declarou em privado que também "fez muito" por Bolsonaro quando presidiu o Senado. Em nota, Alcolumbre declarou que o chantageado é ele. "Não aceitarei ser ameaçado, intimidado, perseguido ou chantageado com o aval ou a participação de quem quer que seja", escreveu o senador.
Nesse roteiro de intrigas e perfídias, o brasileiro em dia com suas obrigações tributárias tem o direito de conhecer o "tudo" que Bolsonaro fez por Alcolumbre e o "muito" que o senador entregou em troca. Chantagem é uma palavra forte. Significa pressão exercida por alguém para obter dinheiro ou favores mediante ameaça de revelação de fatos criminosos ou escandalosos. Não é razoável que o presidente da República e o chefe da principal comissão do Senado utilizem esse tipo de linguajar e fique tudo por isso mesmo. Flávio Bolsonaro organiza um encontro pacificador entre Alcolumbre e o presidente. Essa briga não pede conciliação, e sim um nocaute.
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