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Taxa de rejeição de Bolsonaro assusta o centrão
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O Datafolha e Ipec deram um susto no centrão. No geral, os caciques do grupo avaliaram que as pesquisas dos dois institutos confirmaram o que era esperado: o favoritismo de Lula, a resistência de Bolsonaro e o nanismo da chamada terceira via. O que deixou o centrão em polvorosa foi o tamanho da rejeição ao presidente.
Um deputado que priva da amizade de Valdemar Costa Neto, dono do PL, deu uma ideia do sentimento que toma conta do partido que acaba de filiar Bolsonaro:
"Segundo o Datafolha, 60% dos eleitores dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. O Ipec diz que 70% não confiam nele. Desde que a reeleição foi aprovada, há 24 anos, nunca houve no Planalto um candidato ao segundo mandato tão pesado. Será difícil carregá-lo sem que o Paulo Guedes abra as comportas."
A menção às "comportas" de Guedes é uma alusão à metáfora utilizada pelo ministro da Economia na última sexta-feira. "Quem quiser gastar, vem fazer um furozinho no meu teto", declarou Guedes.
O ministro contou o que costuma dizer aos colegas gastadores da Esplanada: "Os senhores podem me transformar em uma Itaipu, gerar energia para todo mundo, ou podem me transformar em Brumadinho. Eu sou uma represa que quer gerar energia."
Irônico, o amigo de Valdemar, comentou: "O Paulo Guedes não notou, mas já virou Brumadinho. A disputa de 2022 ocorrerá em cima de um lodo econômico em que se misturam desemprego, inflação e medo da recessão. A essa altura energia de uma Itaipu fiscalista serviria apenas para eletrocutar o Bolsonaro."
Líderes do centrão apostam que Bolsonaro tomará a iniciativa de forçar as comportas de Paulo Guedes, pressionando-o a elevar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. O debate sobre o estrago de um Brumadinho eleitoral ficaria para 2023.
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