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Indenização de Deltan a Lula inaugura a fase monetária do antilavatismo
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Após as fases de anulação das sentenças e de prescrição dos crimes, o desmonte da Lava Jato atingiu o estágio pecuniário. O ex-chefe da operação Deltan Dallagnol terá de pagar indenização ao ex-corrupto Lula. A novidade chega impregnada de ironia: o mesmo STJ que confirmou em terceira instância a sentença que levou o pajé do PT a passar uma temporada na cadeia concluiu que Deltan exagerou no espetáculo ao apresentar Lula como chefe de um esquema criminoso no célebre PowerPoint exibido na apresentação da denúncia sobre o tríplex do Guarujá.
Deltan chiou. Disse que a decisão "gera insegurança jurídica para procuradores, promotores, policiais e juízes que combatem a corrupção." Mas ele próprio já havia admitido em entrevistas que o PowerPoint foi um erro. A defesa de Lula orçou a reparação ao seu cliente em R$ 1 milhão. A Quarta Turma do STJ avaliou que a restauração da honra de Lula vale bem menos: R$ 75 mil. Com juros e correção, Deltan deve desembolsar pouco mais de R$ 100 mil.
A equipe de Lula se apressou em pendurar nas redes sociais uma ilustração que imita o PowerPoint de Deltan. Nela, a imagem do presidenciável do PT é associada a expressões como "absolvição", "inocência comprovada" e "perseguição política". Para ficar completa, a peça teria de incluir nomes como o de Eduardo Cunha e Leo Pinheiro.
Eduardo Cunha é considerado pelo PT como um corrupto de mostruário. Entretanto, a exemplo de Lula, que confunde prescrição com inocência, o artífice do impeachment de Dilma passou a enaltecer sua inocência quando teve sentença anulada pelo TRF da 1ª Região, em dezembro do ano passado. A contragosto, Lula e Cunha tornaram-se, por assim dizer, companheiros de impunidade.
Léo Pinheiro, da OAS, encontra-se em situação inusitada. Corruptor confesso, o empreiteiro que reformou o tríplex, assiste à reabilitação de Lula como um injustiçado esperando na fila pela oportunidade de pedir de volta o dinheiro que devolveu à Lava Jato e reivindicar uma indenização do Estado como reparação pela imoralidade cancelada.
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