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Covaxin: Aras usa Pazuello como um boi de piranha na blindagem de Bolsonaro
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O recurso apresentado pela Procuradoria-Geral da República contra a decisão da ministra do Supremo Rosa Weber no caso Covaxin revela que é revelador. Quem lê a peça percebe que é mesmo ilimitado o desejo de Augusto Aras de transformar a blindagem de Bolsonaro num precesso de ridicularização da Procuradoria. Para livrar Bolsonaro, Aras e sua equipe aceitam como verdadeira uma fábula em que o general Eduardo Pazuello faz o papel de boi de piranha.
Rosa negou-se a arquivar o inquérito que investiga se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação no caso da compra da vacina indiana Covaxin. Aras pede à ministra que reconsidere a decisão ou submeta seu recurso ao plenário do Supremo. Insiste na tese segundo o presidente da República não é obrigado a mandar investigar as denúncias de crime que lhe chegam aos ouvidos. E compra como verdade absoluta uma ficção vencida pelo Planalto. Na versão ficcional, Bolsonaro não pode ser acusado de inércia, pois encaminhou a denúncia de irregularidades na compra da vacina indiana ao então ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Bolsonaro soube das tramoias por meio do servidor da pasta da Saúde Luís Ricardo Miranda e do irmão dele, o deputado Luís Miranda. Os dois foram recebidos no Alvorada em 20 de março. Pazuello permaneceu no Ministério da Saúde até 23 de março, diz em que transmitiu o cargo a Marcelo Queiroga. Em três dias, teria atestado a improcedência das denúncias.
Boi de piranha é aquele bicho que é jogado no rio para ser comido enquanto o resto da manada passa. Na encrenca da vacina indiana, Aras prefere enxergar um boi na figura rotunda do general Pazuello e ter que admitir que Bolsonaro precisa ser investigado pela suspeita de prevaricação. Se permitir que as piranhas devorem apenas Pazuello, o Supremo se vinculará à Procuradoria no projeto da autodesmoralização.
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