Faltam à 3ª via cara, ideias e, sobretudo, votos

Os partidos que ralam n terceira via —MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania— informam que anunciarão em 18 de maio um candidato único para disputar o Planalto como alternativa a quem não deseja nem a volta de Lula nem a permanência de Bolsonaro. Esqueceram de dizer quem são os postulantes ao pódio do nem-nem.

Estão na pista duas candidaturas formais: a de João Doria (PSDB) e a de Simone Tebet (MDB). O União Brasil diz que levará o seu nome à vitrine na quinta-feira da semana que vem, dia 14 de abril. Luciano Bivar, presidente do partido, tenta empinar o seu próprio nome.

Doria, Tebet e —talvez, quem sabe...— Bivar são assombrados por dois rivais que percorrem o acostamento como candidatos fantasmas: Eduardo Leite (PSDB) e Sergio Moro (União Brasil).

Derrotado por Doria nas prévias tucanas, Leite argumenta que a negociação da terceira via zera o jogo. Ao trocar o Podemos pelo União Brasil, Moro escreveu que, "neste momento", deixava de ser candidato à Presidência. Enjaulado pela nova legenda numa candidatura a deputado federal, Moro finge que não disse o que declarou.

Quem não vê a cara não consegue enxergar as ideias. Sem rosto e sem rumo ninguém chega aos votos. Por isso, a terceira via transita pelas pesquisas dentro dos limites da margem de erro. A culpa não é do eleitor.