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Decisão de Nunes Marques abre crise no Supremo
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O ministro Kassio Nunes Marques abriu uma crise no Supremo Tribunal Federal ao suspender sozinho os efeitos da sentença do colegiado do Tribunal Superior Eleitoral que havia cassado por 6 votos a 1 o mandato do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini, acuado de difundir notícia falsa sobre as urnas eletrônicas em 2018. Disseminou-se na Suprema Corte a percepção de que Nunes Marques age em parceria com Bolsonaro para desacreditar a Justiça Eleitoral e torpedear o colega Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE a partir de agosto.
Com a velocidade de um raio, Bolsonaro serviu-se da decisão de Kassio para elogiar sua toga de estimação e espinafrar o TSE na tradicional live noturna de quinta-feira. Na expressão de um ministro do Supremo, ficou evidente a existência de uma "tabelinha" entre os dois. O presidente do Supremo, Luiz Fux, é aconselhado por colegas a submeter rapidamente ao plenário a decisão de Nunes Marques, antes mesmo da apresentação de eventual recurso. Há o receio de que o ministro segure sua liminar no gabinete. Ou submeta sua decisão à Segunda Turma, integrada por apenas cinco dos 11 ministros do Supremo.
Francischini foi o primeiro político condenado por propagar fake news. Ele jogou na internet, no dia das eleições de 2018, um vídeo no qual sustentava que uma fraude nas urnas eletrônicas impedia os eleitores de digitar o número de Bolsonaro. Era mentira. Sua cassação, com a consequente imposição de um jejum eleitoral de oito anos, vinha sendo exposta na vitrine do TSE como sinalização de que a Justiça Eleitoral seria implacável com os mentirosos em 2022. Ao suspender os efeitos da sentença, restabelecendo os direitos políticos do bolsonarista, Kassio leva água para o moinho golpista do presidente que o indicou.
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