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Bolsonaro conseguiu internar a oposição no manicômio econômico da reeleição
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As loucuras econômicas de Bolsonaro já haviam transformado Paulo Guedes num Posto Ipiranga sem frentistas. Os auxiliares do ministro que tinham algum apreço pela biografia pediram o boné. Quando se imaginava que o estoque de maluquices havia se esgotado, surge, a 12 semanas da eleição, uma novidade: Bolsonaro internou a oposição no seu manicômio econômico. Com o apoio dos adversários, o capitão saboreia a perspectiva de arrancar do Senado uma emenda à Constituição que faz do Tesouro Nacional um anexo do comitê da reeleição.
Em três anos e meio, a gestão Bolsonaro explodiu a meta de inflação e o teto de gastos. Assassinou e esquartejou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, rejeitado por 55% do eleitorado, o presidente inventa um "estado de emergência" para chutar o balde da Lei Eleitoral. Vai pelos ares a proibição de criar benefícios sociais na antessala da eleição. Num esforço para chegar ao segundo turno, Bolsonaro elevou o Auxílio Brasil, dobrou o vale-gás e criou um Pix Caminhoneiro. O custo do desespero eleitoral é estimado em quase R$ 39 bilhões.
O pretexto para o estado de emergência é a crise dos combustíveis. Uma falsidade, pois o problema não surgiu com a guerra na Ucrânia. Existe há mais de um ano. Os mimos são temporários ineficazes. Serão mordidos pela inflação e valem apenas até o final do ano eleitoral e serão. O estrago é permanente. Adicionou-se material inflamável à bomba fiscal que foi armada no ano passado, com a PEC dos Precatórios, e que vai explodir no colo do próximo presidente.
Num país em que avançam a carestia, a miséria e a fome, a oposição ficou sem argumentos para votar contra benefícios sociais no Congresso. Todos sabem que, depois da tempestade de 2022, virá a cobrança de 2023. Mas o futuro, como se sabe, a Deus pertence. Se perder a eleição, como prenunciam as pesquisas, Bolsonaro pode procurar emprego como estilista. Lançou moda em Brasília. Vestiu camisa de força no centrão e na oposição.
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