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Com Marina, Lula apressa busca pelo voto útil
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A articulação que atraiu o apoio de Marina Silva é o lance político mais relevante da campanha de Lula desde o acordo que levou o ex-tucano Geraldo Alckmin para dentro da chapa petista. Com Alckmin, Lula encostou seu projeto político no centro, empurrando a terceira via para o acostamento. Com Marina, Lula tenta ressuscitar a ideia de que sua candidatura é um movimento de forças suprapartidárias em defesa da democracia. O nome do jogo agora é "voto útil".
Na semana passada, quando as conversas com Marina fervilhavam nos bastidores, Lula lançou no ar uma pergunta que resume sua estratégia: se um candidato que tem 1% nas pesquisas "quer ir para o segundo turno, por que que nós não podemos querer ganhar no primeiro turno se falta apenas um tiquinho?" Marina é o pontapé inaugural da estratégia elaborada por Lula para obter o "tiquinho" de votos que imagina ser suficiente para abreviar o desfecho da guerra contra Bolsonaro.
O relacionamento de Marina com Lula foi à geladeira em 2008, quando pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente. Depois disso, ela deixou o PT e mediu forças com sua antiga legenda em três disputas presidenciais. Na sucessão de 2014, foi arrancada do topo das pesquisas e do segundo turno por golpes baixos da marquetagem da campanha de Dilma Rousseff. Declarou apoio ao tucano Aécio Neves e amargou um doce terceiro lugar, com 22 milhões de votos.
Marina condicionou o degelo que a reaproximou de Lula a um ritual que incluiu o compromisso do candidato com uma agenda programática. Antes, Marina flertou com a candidatura de Ciro Gomes. Os 7% obtidos por Ciro no penúltimo Datafolha constituem o miolo do "tiquinho" que Lula acha que lhe falta para ganhar no primeiro turno. De quebra, Marina é evangélica. Embora Marina seja refratária à ideia de transformar púlpito em palanque, a adesão de uma cristã ao candidato que Michelle Bolsonaro diz ter parte com o diabo pode fazer um "tiquinho" de diferença.
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