Ipec indica que eleitor se move com as próprias pernas no segundo turno

A pesquisa presidencial do Ipec, divulgada nesta quarta-feira, indica que o eleitor brasileiro entrou no segundo turno caminhando com as próprias pernas. Não esperou pelo reposicionamento dos políticos. Em votos válidos, excluídos os brancos e os nulos, Lula obteve vantagem de dez pontos sobre Bolsonaro: 55% a 45%. Nas urnas de domingo passado, em números arredondados, o placar foi de 48 a 43. A ampliação da dianteira do candidato petista sinaliza que ele saiu na frente do rival na conquista do espólio de votos do primeiro turno.

As primeiras entrevistas foram coletadas pelo Ipec na terça-feira, apenas dois dias depois da abertura das urnas. A coleta de dados foi concluída na quarta-feira, mesmo dia em que a pesquisa foi divulgada. Significa dizer que Lula herdou parte expressiva do eleitorado de Simone Tebet e de Ciro Gomes antes da divulgação do testamento das candidaturas mortas.

A taxa de rejeição de Bolsonaro (50%) é maior do que a de Lula (40%). Quando questionados sobre a hipótese de trocar de candidato, 92% dos entrevistados disseram ter absoluta certeza do voto. Apenas 8% declararam que não excluem a hipótese de virar a casaca. Por esses dados, Lula inicia o segundo turno como franco favorito.

Entretanto, o primeiro turno ensinou duas coisas aos candidatos. A primeira é que as pesquisas são cientificas, mas o voto do eleitor é leigo. A segunda lição é que o salto alto não tem elevador. Quem cai se machuca. A pouco mais de três semanas do dia da eleição que promoverá o grande tira-teima, a pesquisa serve para apontar tendências e animar a nova cruzada anticientífica do bolsonarismo. Na sua live da noite passada, Bolsonaro chamou de "escândalo das pesquisas" as variações que distanciaram as urnas das sondagens eleitorais feitas na véspera.

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