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Coreografia de militares tóxicos intoxica Exército
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O general Tomás Paiva, novíssimo comandante do Exército, começou a entregar os escalpos exigidos por Lula. Cancelou a indicação do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para o comando de uma unidade de operações especiais, em Goiânia. Apressou a saída do coronel Paulo Fernandes da Hora do comando do BGP, o Batalhão da Guarda Presidencial. O deslocamento de militares que Lula considera desqualificados era incontornável. Mas a coreografia não qualificou o Exército.
O comandante Tomás dançou com os subordinados a coreografia da enganação. O Exército vendeu para a plateia a ideia de que o multi-investigado coronel Cid não foi enquadrado. Enquadrou-se por conta própria. Nessa versão, o ex-assessor de Bolsonaro solicitou voluntariamente um "adiamento" de sua posse no comando do batalhão sediado em Goiânia. Livrando-se dos inquéritos, poderia reivindicar o posto novamente no futuro.
Acusado de se omitir na repressão às falanges bolsonaristas que invadiram o Planalto, o coronel Da Hora não foi formalmente afastado. Na versão oficial, ele antecipou para esta semana uma saída que já estaria prevista. Ao suavizar o tratamento dispensado a militares tóxicos, o Exército se intoxica.
O suicídio é uma coisa íntima. Em tese, não é da conta de ninguém. Mas o suicídio do Exército e de outras forças tornou-se uma questão de grande pertinência. Rendidas a um processo de autocombustão, as Forças Armadas deram, sob Bolsonaro, uma aparência suicida à própria democracia.
Os militares continuam exibindo um comportamento de alto risco. Legalistas não deveriam tratar golpistas e assemelhados na base da camaradagem. Mas não convém criticar militares em voz alta. Aí mesmo é que as Forças Armadas põem fogo às fardas.
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