Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Não basta mapear o lixão de vacinas e remédios, é preciso chamar a polícia
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Uma Presidência doentia como a de Bolsonaro sempre deixa sequelas. Mas a conjuntura é cruel com o paciente. As notícias sobre anomalias decorrentes da moléstia chegam aos pouquinhos, num interminável conta-gotas. Num dia, o Brasil descobre que 39 milhões de doses de vacinas contra Covid, que custaram R$ 2 bilhões, foram para o lixo. No dia seguinte, o país é informado de que, sob Bolsonaro, o governo incinerou medicamentos indicados para doenças raras e de alto custo. Foram à fogueira pelo menos R$ 13,5 milhões.
Ouvido pela Folha, Antoine Daher, presidente da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras, disse ter alertado o governo sobre a necessidade de distribuir os remédios. Ele foi ao ponto: "Chamo isso de desastre. Medicamentos de alto custo sendo jogados no lixo, com pacientes morrendo, necessitando dos tratamentos. Não é por falta de aviso. É falta de responsabilidade com a vida das pessoas." Moysés Toniolo, representante da Articulação Nacional de Luta contra a Aids, emoldurou o descalabro: "É um caso gravíssimo que precisa ser levado a autoridades para penalização administrativa, civil e criminal."
Ladrões convencionais costumam oferecer uma opção aos assaltados: "A bolsa ou a vida?" Governos como o de Bolsonaro levam do contribuinte a bolsa e também a vida. A eleição de Lula foi obtida por uma margem apertada de votos graças sobretudo ao desejo dos brasileiros de dar alta ao Brasil. O país saiu da UTI. Mas continua na maca.
Se governos pudessem ser submetidos a um eletrocardiograma, a agulha escreveria um palavrão no final do gráfico do exame da gestão Bolsonaro. E o doutor Augusto Aras daria sempre o mesmo diagnóstico: "Não é nada". Mas quando Lula é informado de que o antecessor jogava vacinas e remédios raros no lixo e demora a chamar a polícia e a Procuradoria, nada mais pode ser remediado.
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