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Sem a pompa de Pequim, Lula é forçado a encarar circunstâncias de Brasília
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As duas únicas certezas na vida são a morte e o imprevisto. Lula havia planejado uma semana glamourosa na China. Seus planos foram subvertidos pela pneumonia e pela Influenza. Privado da pompa de uma visita de Estado a Pequim, Lula será intimado pelas circunstâncias a lidar com problemas que preferia adiar. Entre eles a divulgação da nova regra fiscal e a mediação do conflito entre Câmara e Senado em torno do rito de votação das medidas provisórias.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) sustenta que a proposta sobre a regra fiscal que substituirá o teto de gastos está pronta. Diz que as questões levantadas por Lula há dez dias já foram respondidas. Faltaria apenas marcar a data para o anúncio. Como Haddad também cancelou a viagem à China, desapareceu o álibi para a protelação. Lula condicionava a divulgação à presença do ministro no Brasil, para explicar a novidade.
Outra encrenca que Lula tentava colocar em banho-maria voltará à panela de pressão. Arthur Lira, o chefão da Câmara, não abre mão de manter o rito abreviado de votação de medidas provisórias adotado durante a pandemia. Contra o acúmulo de poderes nas mãos de Lira, Rodrigo Pacheco, comandante do Senado, pega em lanças para reativar a regra constitucional que equilibra o jogo, fixando as comissões mistas de deputados e senadores como porta de entrada das MPs no Congresso.
Depende da resolução dessa briga o destravamento de 29 medidas provisórias editadas por Lula. Entre elas a que recriou o Bolsa Família e a que remodelou a Esplanada dos Ministérios.
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