Assange pagou caro por expor EUA a um vexame planetário
Foi salgado o preço cobrado de Julian Assange por revelar segredos da superpotência. Expôs os Estados Unidos à vergonha planetária da inépcia na proteção dos seus dados.
O fundador do WikiLeaks amargou sete anos de refúgio na embaixada do Equador em Londres. Recolhido pela polícia londrina depois que uma mudança de ventos na política de Quito custou-lhe a suspensão do asilo, ralou cinco anos de cadeia.
Quer dizer: No total, Assange perdeu 12 anos de sua liberdade por ter jogado no ventilador da internet centenas de milhares de textos de mensagens sigilosas do Departamento de Estado e de embaixadas dos Estados Unidos pelo mundo afora.
Washington queria condenar Assange a morrer na prisão, impondo-lhe uma pena de 170 anos por 18 supostos crimes. Em troca da confissão de uma das imputações —"Disseminação ilegal de material de segurança nacional"— o preso ganhou a liberdade.
Em vez de ser deportado para uma prisão de segurança máxima nos Estados Unidos, Assange retornará à Austrália, seu país. Quem acha que ficou barato, deve comparar o caso do WikiLeaks com o de Edward Snowden.
Assange acendeu a luz no porão das correspondências nas quais diplomatas americanos relatam rotineiramente o teor de seus contatos relevantes com autoridades estrangeias. Snowden, funcionário terceirizado da National Security Agency, desnudou o grampo plenatério de Barack Obama. Bisbilhotaram-se até diálogos de Dilma, a então inquilina do Planalto.
Decorridos onze anos, Snowden vive exilado em Moscou. A proteção da ditadura de Vladimir Putin não chegaz a representar um exílio dourado. Mas é menos pior do que uma dúzia de anos trancafiado numa embaixada ou numa cela.
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