Subida de Tabata na pesquisa da Quaest eleva o desafio de Boulos
Guilherme Boulos chega à reta final da eleição em posição incômoda. Na nova sondagem da Quaest, ainda está numericamente atrás de Ricardo Nunes. E continua submetido ao hálito de Pablo Marçal na nuca. Ficou espremido entre uma inverdade caridosa e a dura realidade.
A mentira piedosa é que a estabilidade de Boulos em meio a dois rivais de viés bolsonarista provaria a resistência da esquerda. A verdade cruel é que Boulos não conseguiu tirar proveito da divisão da direita. Além da muleta de Lula, busca com sofreguidão o voto útil. Sem ele, arrisca-se a ficar fora do segundo turno.
O empate estatístico entre Nunes (24%), Boulos (23%), e Marçal (21%) é mais do mesmo para os pesquisadores da Quaest. Com oscilações na margem de erro, o quadro se mantém assim há três semanas. A novidade está no pelotão de retardatários. Ali, Tabata Amaral subiu três pontos —de 8% para 11%.
A cinco dias da eleição, Tabata não dispõe de fôlego para uma virada. Mas o viés ascendente de sua curva eleva a ansiedade no comitê de Boulos. Para complicar, há na praça dois manifestos de artistas e intelectuais. Um defende o voto útil em Boulos, com uma "frente ampla". Outro anota que "o futuro é agora, com Tabata".
O eleitor indeciso empurra as definições para a última hora. Segundo a Quaest, 33% ainda admitem mudar de voto. Na sondagem espontânea, em que o eleitor é convidado a dizer qual é seu candidato sem receber uma lista de nomes, 45% ainda não sabem responder.
Perguntou-se aos indecisos quando descerão do muro. Responderam que pretendem decidir nos próximos dias (44%), na hora de ir votar (35%) ou no dia anterior à eleição (17%). Num ambiente assim, a urna tende a virar uma caixinha de surpresas. Ou uma bomba-relógio.
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