Boulos faz de tudo no 2º turno, mas tudo não quer nada com ele
No tudo ou nada do segundo turno, Nunes mata o tempo à maneira do avestruz. Enfia a cabeça no favoritismo das pesquisas e conta os segundos no escuro. Boulos, ao contrário, faz de tudo para obter uma virada. O problema é que tudo não quer nada com ele.
Boulos apertou todos os parafusos de sua campanha. Fez do apagão sua principal lança. Cavalgou os 70% que votaram no primeiro turno a favor da mudança. Adotou propostas de Tabata. Mimetizou a retórica empreendedora de Marçal.
Imaginou que passaria a ser visto como uma espécie de São Jorge redentor. O diabo é que a taxa de rejeição de 56% detectada pelo Datafolha indica que a maioria do eleitorado avalia que, em vez de salvar a donzela —ou a cidade—, Boulos pode casar com o dragão.
O esconde-esconde de Nunes é mais simples. Nesta reta final, o prefeito compareceu apenas a um debate. Já escapou de dois. Até segunda-feira, fugirá de outros três. Os quatro pontos perdidos por Nunes no Datafolha caíram não no colo de Boulos, mas no cesto dos votos brancos e nulos. O apagão teve um custo. Mas, por enquanto, saiu barato.
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