Josmar Jozino

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Reportagem

Professora tem prejuízo de R$ 150 mil ao ter joias roubadas na Caixa em SP

Uma professora universitária de 36 anos sofreu um prejuízo de R$ 150 mil no último dia 23, quando ladrões invadiram o setor de penhor da Caixa Econômica Federal, arrombaram cofres e levaram as joias de estimação dela e de outros clientes. O crime ocorreu no Paraíso, zona sul paulistana.

Ouvida pela reportagem, a vítima disse não ter mais esperança em recuperar as peças. Para a professora, os danos são incalculáveis, porque muitas joias roubadas eram do tempo do bisavô dela, como moedas timbradas do Reino Unido. "O valor sentimental é inestimável", lamentou.

Entre as 70 peças levadas da vítima também havia joias de marcas famosas, como H.Stern, Tiffany, Cartier e Amsterdã Sauer, compradas fora do país.

A professora só soube do roubo pela imprensa e recebeu um comunicado oficial da Caixa Econômica Federal seis dias após o crime.

Em nota divulgada à reportagem, a Caixa não informou a quantidade de cofres arrombados, nem o número de vítimas e o valor de prejuízos. Comunicou apenas que informações sobre ocorrências criminosas são repassadas exclusivamente à polícia e que coopera integralmente com as investigações.

Aos clientes roubados, a instituição financeira emitiu aviso de ocorrência confirmando o roubo cometido em 23 de agosto deste ano e convocando as vítimas a compareceram à agência, em data oportuna, para o pagamento de indenização.

Já uma nota divulgada pela Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, diz que a corporação foi informada, pela Central de Monitoramento de Segurança da Caixa, que no dia 23 de agosto havia caído a energia elétrica de uma de suas agências que está em obras.

Segundo a nota da PF, na sequência houve disparo do alarme do cofre de penhor, sendo acionadas a Polícia Militar de São Paulo e uma equipe de vigilantes. Durante o corte de energia, "indivíduos armados renderam prestadores de serviço da obra, arrombaram o cofre do penhor e subtraíram os itens".

Reforço policial

A professora classificou o roubo como um absurdo e acrescentou que é inconcebível uma ação criminosa como essa no bairro do Paraíso, perto da avenida Paulista e do shopping que leva o mesmo nome. Segundo ela, o lugar deveria ter policiamento reforçado.

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"É um absurdo mesmo. Uma sensação enorme de insegurança. Como cortam a energia elétrica do quarteirão, invadem a agência, rendem funcionários e ninguém vê nada? Me sinto desrespeitada", desabafou a vítima. Assim como a professora, outros clientes não acreditam na recuperação das joias.

Conforme já divulgou a coluna, esta não é a primeira vez que um setor de penhor da CEF é atacado. Em 17 de outubro de 1998, uma quadrilha invadiu a agência da rua Augusta, no bairro paulistano dos Jardins. O zelador e o porteiro do prédio onde funcionava o banco foram rendidos.

O crime foi cometido pela quadrilha de José Carlos Rabelo, o Pateta. Ele é condenado a 106 anos por roubos, sequestros e associação criminosa e está preso em uma penitenciária no interior paulista.

Era um sábado. Funcionários de uma obra trabalhavam no edifício. Eles também foram dominados e obrigados a arrombar com as próprias ferramentas dezenas de cofres. Os ladrões levaram R$ 6 milhões em joias de 5 mil clientes. Dois irmãos de Pateta agiram com ele.

Um ano depois, em 24 de outubro de 1999, um domingo, Pateta coordenou roubo idêntico, dessa vez no setor de penhor da Caixa Econômica Federal de Santo André, no ABC. Foram levados de 450 clientes um lote de seis mil joias, avaliado em R$ 5 milhões.

Para entrar no banco, os criminosos usaram uniforme igual aos utilizados por funcionários da empresa responsável pela segurança no local. Os ladrões alegaram que faziam uma ronda e queriam saber se estava tudo bem. Em seguida renderam quatro vigiantes.

Reportagem

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