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Josmar Jozino

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PCC elabora novo organograma e aperfeiçoa estrutura da organização, diz MP

O PCC (Primeiro Comando da Capital) elaborou um novo organograma e aperfeiçoou a estrutura da organização criminosa, composta por centenas de milhares de integrantes no Brasil e no exterior. A cúpula da facção está presa em unidades federais e na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

O novo organograma consta em relatórios sigilosos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado), subordinado ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), sobre investigações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Segundo o Gaeco, após a transferência dos líderes do PCC para presídios federais, a facção converteu a estrutura do grupo, criando a Sintonia Final Cúpula em substituição à Sintonia Final Geral, formada por um reduzidíssimo número de integrantes.

PCC elabora novo organograma e aperfeiçoa estrutura da organização, diz MP
PCC elabora novo organograma e aperfeiçoa estrutura da organização, diz MP Imagem: Divulgação MP-SP

O documento não cita nomes dos líderes, mas informa que os componentes desta célula mantêm o controle da facção e são a última palavra nos temas sensíveis, estratégicos e financeiros do PCC. Na escala seguinte vem a Sintonia Restrita, composta por integrantes de estrita confiança da cúpula.

Eles são os responsáveis pelas atividades do "setor de 'inteligência' da organização. Têm, entre outras tarefas, a missão de levantar informações para assassinar autoridades ou desafetos e planejar ações de atentados e resgates de presos.

O Setor Financeiro - continua o Gaeco - resume- se às atividades financeiras do PCC, enquanto a Sintonia Geral do Prazo compõe os membros que administram as dívidas, associadas às rifas e mensalidades, e também empréstimo de dinheiro, armas e veículos da facção.

A Sintonia Geral do Progresso cuida da gestão e gerenciamento do tráfico de drogas. A Sintonia de Rua divide territorialmente a organização e reúne as Sintonias de outros Estados e Países e nas diversas regiões de São Paulo - Capital, Baixada Santista e Interior.

Elas são divididas territorialmente pelos códigos de telefonia das respectivas regiões (12 - Vale do Paraíba; 14 - Bauru; 15 - Sorocaba; 16 - Ribeirão Preto; 17 - São José do Rio Preto; 18 - Presidente Prudente; e 19 - Campinas).

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A Sintonia Geral do Livro ou do Cadastro é responsável pelo registro do ingresso de novos faccionados. Esse setor tem por tarefa o controle dos batismos dos afilhados, além de exclusões e retornos de integrantes ao grupo criminoso. A Sintonia Geral dos Gravatas gerencia os serviços de advogados.

Tribunal do crime

A Sintonia dos 14 é próxima da cúpula e formada pelo Resumo do Quadro dos 14 (Pé Quebrado)" - instância que, junto da "Sintonia Final da Rua", decide sobre julgamentos. É o chamado "tribunal do crime" ou tabuleiros, como dizem os faccionados.

Cabe à Sintonia dos 14, em casos de descumprimento às normas e divergências, deliberar sobre a quebra da harmonia entre integrantes e população sob jugo da organização criminosa, com a aplicação de "sanções" ("pé quebrado") que vão desde espancamentos até assassinatos.

O Gaeco diz que na mesma instância, o Quadro dos 14 se tornou célula relevante, reduzida como indica o próprio número, que decide os assuntos estratégicos de atuação dos integrantes soltos, dentro de sua própria região, seguindo a mesma ordem da Sintonia da Rua.

Primeiro organograma

Organograma do PCC em 2002
Organograma do PCC em 2002 Imagem: Divulgação MP-SP

O primeiro organograma do PCC foi divulgado em 2002 pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), da Polícia Civil de São Paulo. Foi quando os fundadores da facção José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roriz Silva, o Cesinha, foram excluídos do grupo.

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Ainda segundo o MP-SP, naquela época o preso Marco Willians Herbas Camacho, hoje com 56 anos e preso em Brasília, assumiu o poder da maior facção criminosa do país e ocupa até a atualidade a liderança máxima da organização. Ele sempre negou pertencer ao crime organizado.

O nome de Marcola, preso na ocasião em Avaré (SP), aparecia no topo do documento divulgado pelo Deic, ao lado de Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola. A maioria dos citados no organograma do Deic era ligada a Geleião e foi assassinada na guerra interna do PCC.

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