Josmar Jozino

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Reportagem

Polícia prende mais um suspeito de participar da morte do delator do PCC

A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (9) Matheus Augusto de Castro Mota, suspeito de envolvimento no assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), no aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro.

A coluna apurou que Matheus estava escondido em um apartamento no bairro Canto do Forte, na Praia Grande, no litoral paulista. O imóvel foi cercado por policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e o homem foi detido sem resistir à prisão. A Justiça já havia decretado a prisão temporária dele (válida por 30 dias, com possibilidade de prorrogação por igual período).

Matheus estava foragido e era procurado pela polícia. Segundo identificado pelas autoridades, Matheus é acusado de ter emprestado um Audi preto para Kauê do Amaral Coelho, 29, apontado como olheiro do delator, e o Gol preto usado pelos atiradores no ataque no aeroporto. O preso ainda teria feito um Pix de R$ 5 mil para Kauê —os dois eram sócios em uma adega de São Paulo. Kauê está foragido e é procurado pela polícia.

O preso está sendo conduzido ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), responsável pela investigação do assassinato, localizado na região central da capital paulista. No local, ele deve ser ouvido pelas autoridades.

A expectativa é que o suspeito seja encaminhado para audiência de custódia na terça-feira (10).

Além de Matheus Mota, a polícia prendeu, na madrugada de sábado (7), Matheus Soares Brito, suspeito de ter ajudado na fuga de Kauê para o Rio de Janeiro. Outras pessoas foram detidas no final de semana, mas acabaram liberadas após prestarem depoimento no DHPP.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) comemorou a prisão de Matheus em uma publicação nas redes sociais na noite de hoje.

A defesa de Matheus Mota não foi encontrada para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

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O que se sabe sobre o crime até agora

Oito dias antes de ser fuzilado, Gritzbach denunciou à Corregedoria da Polícia Civil agentes supostamente envolvidos em corrupção. Ele também delatou integrantes do PCC ao MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo).

Imagens do atirador identificado foram divulgadas em primeira mão pelo SBT Brasil. Ele foi flagrado por câmeras de segurança andando tranquilamente na rua em Guarulhos, logo após descer do ônibus 3235 da Viação Campo dos Ouros, no bairro do Jardim Cocaia.

Esse mesmo suspeito e o comparsa dele, o segundo atirador, já haviam sido filmados por câmeras de segurança do coletivo. O registro mostra o momento em que embarcaram em um ponto do transporte público municipal a 6 km de distância do aeroporto, minutos após o assassinato de Gritzbach.

Assim que desceram do ônibus, ambos se separaram. Porém, minutos depois, foram resgatados por Kauê. Logo após matar Gritzbach, os assassinos fugiram no Gol preto dirigido por um comparsa. O veículo teria apresentado problema mecânico e foi abandonado não muito longe do aeroporto.

O motorista fugiu a pé. As armas também foram deixadas nas proximidades, em um terreno baldio. O olheiro havia recebido um Pix de R$ 5 mil de Matheus e tinha fugido para o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, mas acabou expulso de lá por traficantes do CV (Comando Vermelho).

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A reportagem apurou ainda que um dos envolvidos no assassinato é ligado ao narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, assassinado a tiros em 27 de dezembro de 2021 no Tatuapé, zona leste de São Paulo, junto com o motorista dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Gritzbach foi acusado ter encomendado o duplo homicídio e acabou processado pelos assassinatos. Ele sempre negou envolvimento nas mortes, mas desde então passou a receber ameaças do PCC.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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