Trump mina acordo com democratas para dar sozinho auxílio de US$ 400
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Jogo manjado. Os republicanos dinamitaram um acordo com os democratas para renovar os pagamentos semanais de 600 dólares para quem está desempregado e precisa de auxílio durante a pandemia.
Nos últimos dias, o presidente Donald Trump disse que tomaria uma decisão por conta do Executivo se o Legislativo falhasse na missão de renovar esses pagamentos. A ajuda de 600 dólares semanais acabou em 31 de julho.
Dito e feito. Os republicanos dinamitaram o acordo com os democratas, que queriam manter os 600 dólares, e assinou hoje uma ordem executiva para que sejam pagos 400 dólares semanais.
O governo federal assegura 300 dólares por semana e deixa os outros 100 dólares a cargo dos estados. Mas muitos estados estão quebrados, sem dinheiro para os 100 dólares adicionais. Trump faz bondade com o chapéu alheio. Na prática, cortou 50% do auxílio, mas aparece como bonzinho.
Em campanha pela reeleição, Trump buscava assinar uma medida popular para obter votos. As eleições vão acontecer em 3 de novembro.
É impressionante o grau de dissimulação e manipulação, parecido com o que o presidente Jair Bolsonaro faz no Brasil. A equipe econômica de Bolsonaro, liderada por Paulo "Rolando Lero" Guedes, queria pagar apenas 200 reais por mês como auxílio. O Congresso brasileiro elevou para 600 mensais.
Outra medida anunciada por Trump foi que diminuirá impostos de quem ganha menos de 100 mil dólares por ano. O pacote de bondades tem a marca republicana, pois é menos generoso do que os democratas queriam fazer por acordo no Congresso. No entanto, soa como uma medida positiva, porque os republicanos, numa lógica puramente eleitoral, minaram um acordo no Legislativo.
Resta saber se, em plena pandemia que se agrava, os eleitores vão comprar as manobras de Trump, que, hoje, perderia a eleição para o democrata Joe Biden.
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