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Movimento nos EUA pretende estimular comunidade brasileira a votar em 2022

Colunista do UOL

16/09/2021 20h34

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Um grupo de acadêmicos, ativistas e sindicalistas lançará um movimento para estimular brasileiros que moram nos Estados Unidos a votar na eleição presidencial de 2022. A campanha se chamará "Vota Brasil USA 2022".

Estima-se que cerca de 750 mil brasileiros vivam nos EUA. Em 2018, somente 55,8 mil votaram na eleição presidencial vencida por Jair Bolsonaro. Quem mora no exterior pode votar só para presidente.

Dos eleitores que vivem fora do Brasil, Bolsonaro obteve 70,98% dos votos contra 29,02% de Fernando Haddad, do PT. Nos EUA, Bolsonaro alcançou 77%.

O UOL entrevistou nesta quinta-feira um dos articuladores da campanha: Fábio de Sá e Silva, professor de Estudos Internacionais da Universidade de Oklahoma. Graduado em direito e com doutorado em ciência política, Sá e Silva também comentou a baixa popularidade de Bolsonaro, a ameaça global à democracia, o legado da Lava Jato e a indicação de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal.

"O objetivo desta campanha é conectar essas pessoas com o país por meio das eleições", diz Sá e Silva. Segundo ele, a comunidade brasileira cresce nos EUA e poderia atuar como "um grupo de interesse que tem as suas demandas". Ele lembrou que "quase 30 mil brasileiros foram apreendidos tentando atravessar a fronteira neste ano".

O governo Bolsonaro jogou ao lado de Washington. "[Houve] Deportação sem o devido processo legal, com a qual o Brasil, inclusive, contribuiu, disponibilizando aviões para que esses brasileiros voltassem acorrentados para o Brasil."

Na opinião de Sá e Silva, a indicação de André Mendonça para o Supremo é "muito ruim"."É uma indicação que pode apontar para uma tentativa de colonização do espaço judiciário pela extrema-direita no Brasil", afirma, citando que casos semelhantes acontecem em outros países.

"O Brasil é visto hoje como um exemplo desse tipo de processo [de erosão da democracia]. A democracia hoje no mundo inteiro vive um momento de recessão", avalia.