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Auxílio Brasil de R$ 400 começa a pingar na conta eleitoral de Bolsonaro
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Parte dos eleitores de baixa renda que haviam se distanciado de Jair Bolsonaro após votarem nele, em 2018, estão voltando a se aproximar do presidente com o Auxílio Brasil de R$ 400. É o que aponta a pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos, e divulgada nesta quarta (16). O tamanho do impacto, contudo, é incerto por conta da inflação nas alturas.
Entre os que votaram em Bolsonaro e recebem o benefício, a quantidade dos que consideram que seu governo está "pior do que o esperado" caiu de 45%, em fevereiro, para 23%, em março. Ou seja, uma redução de 22 pontos. Os que consideram que o governo está "melhor do que o esperado" passou de 25% para 31% e os que acham que o governo é "nem melhor, nem pior que o esperado" saltou de 27% para 44%.
Entre os eleitores de Bolsonaro em 2018 que não recebem o Auxílio Brasil, a queda na avaliação negativa, ou seja, os que acham que o governo é pior do que o esperado, foi menor, passando de 35% para 29%. E os que acham melhor do que o esperado passou de 30% para 34%.
Com a terceira via não mostrando ainda ao que veio, há uma tendência natural de que antigos eleitores do presidente que estavam insatisfeitos com o seu desempenho, mas repudiam o ex-presidente Lula, voltem a indicar voto em Bolsonaro. Mas o pagamento dos benefícios faz com que a curva de mudança de percepção sobre o governo seja mais íngreme.
Na avaliação geral, 50% afirmam que o governo Bolsonaro está pior do que o esperado, 31%, nem melhor, nem pior, e 17% melhor do que o esperado.
Outro dado que reforça isso é que a reprovação do governo de Jair Bolsonaro caiu de 57% para 49% entre os que ganham até dois salários mínimos, entre fevereiro e março. Na faixa dos que recebem entre dois e cinco salários mínimos, a avaliação negativa se manteve em 50% e na dos que ganham mais de cinco salários, caiu pouco, de 48% para 45%.
Nas duas regiões mais pobres do país, a reprovação do governo Bolsonaro caiu de forma mais significativa. No Nordeste, passou de 61% para 56% e no Norte, de 48% para 36%. No Sudeste, permaneceu com 47%, no Centro-Oeste, com 42%, e, no Sul, foi de 49% para 48%.
A aprovação no Sul teve um salto de 22% para 32%. A região, que deu uma expressiva porcentagem de votos para Jair em 2018, começa a tomar o caminho de volta para "casa". A avaliação positiva do presidente no Centro-Oeste foi de 26% para 29% - com participação expressiva do agronegócio, é a única região em que ele ganha de Lula no primeiro turno, por 39% a 29%.
No Norte, a aprovação foi de 25% para 29%, no Nordeste, de 16% para 18%, e no Sudeste, de 24% para 25%.
Para efeito comparativo, a avaliação negativa geral do governo Bolsonaro foi de 51% para 49% e a positiva, de 22% para 24% no mesmo período.
O tamanho do ganho eleitoral do presidente com o Auxílio Brasil é, contudo, incerto por conta da corrosão trazida pela inflação. O IPCA fechou fevereiro com um acumulado de 10,54% nos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo, é de quase 11% a queda no rendimento médio dos brasileiros no último ano, segundo o IBGE. O gás de cozinha subiu 16,1% na sexta passada e o óleo de soja, o café, o feijão e a batata explodiram em várias capitais, segundo o Dieese.
A pesquisa Quaest aponta que o número de eleitores que considera a economia o principal problema do país foi de 35% para 51% de fevereiro para março.
Entre os que afirmam que a principal razão para a escolha de seu candidato é a situação econômica do país, Lula aparece com 48%, Bolsonaro, 20%, Moro, 8%, e Ciro 7%. Quando a razão é a situação econômica pessoal do eleitor, Lula tem 58%, Bolsonaro, 20%, Moro, 7%, e Ciro, 6%, de acordo com a Quaest.