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Com voto útil, Simone Tebet pode terminar eleição à frente de Ciro Gomes
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Lula (PT) oscilou de 47% para 48% enquanto Ciro Gomes (PDT) foi de 7% para 6% e Simone Tebet (MDB) manteve 5% entre os levantamentos do Ipec divulgados em 19 e 26 de setembro.
Já entre as pesquisas Datafolha de 15 e 22 de setembro, Lula oscilou dois pontos para cima, chegando a 47%, enquanto Ciro variou numericamente um ponto para baixo, marcando 7%. Tebet continuou com os mesmos 5%.
Sim, a margem de erro das duas pesquisas é de dois pontos percentuais, ou seja, considerando apenas este período, pode-se dizer que nada mudou.
Contudo, o petista cresceu quatro pontos entre 5 de setembro e hoje, enquanto Ciro variou de 8% para 6%, segundo a Ipec. E Tebet foi de 4% para 5%. Já no Datafolha, entre 1º e 22 de setembro, Lula foi de 45% para 47%, Ciro, de 9% para 6% e Tebet manteve 5%.
Por mais que Ciro faça "pronunciamentos à nação", como o de hoje, criticando o voto útil (e, portanto, cuspindo no prato que comeu na eleição de 2018, quando tentou convencer os eleitores de Fernando Haddad de que ele era mais capaz de vencer Bolsonaro no segundo turno), podemos estar vendo uma migração de parte de seus votos em direção a Lula.
O discurso lulista de que é preciso acabar com a eleição no primeiro turno para impedir que Jair Bolsonaro (PL) esfacele o país em outubro e/ou questione o resultado da eleição, ao que tudo indica, tem mais potencial que o discurso cirista de que tal ação representa um "fascismo de esquerda".
A pesquisa Ipec apontou que para 90% dos eleitores de Lula e 87% de Bolsonaro a decisão do voto é definitiva. Os números caem para 48% entre os de Ciro e 45% junto aos de Simone - o que dá esperança a lulistas tentarem convencer eleitores de ambos para tentar liquidar a fatura no próximo domingo (2).
Até agora, contudo, tanto Ipec quanto Datafolha mostram oscilações apenas de Ciro Gomes, não de Simone Tebet. A senadora teve o melhor desempenho tanto no debate realizado na Bandeirantes quanto no do SBT, principalmente no enfrentamento direto a Bolsonaro. Enquanto isso, Ciro vem sendo acusado de contemporizar com o presidente, entre cochichos e amenidades.
Há uma possibilidade do voto da "terceira via" se concretizar de fato em Tebet, garantindo que ela não desidrate nos próximos dias.
Ironicamente, o ex-governador do Ceará pode acabar ocupando o lugar do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato a vice na chapa de Lula. Ele tinha 10% das intenções de votos no Datafolha de 28 de setembro de 2018, mas desidratou, muito por conta da campanha de voto útil, e terminou o primeiro turno com 4,76%, em quarto lugar.
