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Decisiva para o voto, cesta básica acumula alta de mais de 18% em capitais
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O preço da cesta básica caiu em 12 das 17 capitais monitoradas pelo Dieese em setembro, o que seria uma boa notícia para a campanha de Jair Bolsonaro. Contudo, a alta acumulada nos últimos 12 meses vai de 8,4% (Vitória) a 18,5% (Recife). Em 12 das capitais, um Auxílio Brasil de R$ 600 não consegue comprar uma cesta.
Na capital paulista, o aumento foi de 0,13% e, na mineira, 1,88% em setembro, enquanto que, nos últimos 12 meses, as altas foram de 11,48% e 11,59%, respectivamente. Já na capital baiana, houve queda de 2,88% neste mês e alta acumulada de 17% no último ano.
As três cidades comandam os estados que devem ser os palcos principais da disputa do segundo turno.
A notícia é ruim para a campanha do presidente Jair Bolsonaro que procura avançar nos votos das camadas mais pobres onde a vantagem de seu concorrente é maior. Pois apesar do país ter vivido três meses de deflação, o preço da comida ainda é alto.
A cesta básica em São Paulo, a mais cara do país, foi para R$ 750,74. Ou seja, foi preciso R$ 150,74 além do valor total do Auxílio Brasil para compra-la. Já em Belo Horizonte, a cesta custou R$ 50,16 além dos R$ 600 do benefício. Em Salvador, após comprar a cesta, ainda sobrou R$ 39,69.
Em São Paulo, entre os 13 produtos que compõem a cesta, nove tiveram aumento nos preços médios, na comparação com o mês anterior: banana (5,57%), manteiga (5,15%), batata (3,80%), farinha de trigo (2,45%), café em pó (1,69%), arroz agulhinha (1,02%), açúcar refinado (0,99%), carne bovina de primeira (0,45%) e pão francês (0,35%).
São Paulo e Minas Gerais são os dois maiores colégios eleitorais do país. No primeiro, Bolsonaro teve 47,7% (ou 12,2 milhões de votos), enquanto Lula ficou com 40,9% (10,5 milhões). Já em Minas, o petista teve 48,3% (5,8 milhões) e o atual presidente, 43,6% (5,2 milhões).
Além disso, Minas é um Estado-pêndulo, ora votando com a direita, ora com a esquerda. E quem leva essa unidade da federação ganha a eleição desde a redemocratização.
Bolsonaro também deve centrar esforços na Bahia para reverter a enorme vantagem de Lula - o petista teve 69,7% dos votos (5,9 milhões) enquanto o presidente ficou com 24,3% (2 milhões)
O governo ainda aposta no Auxílio Brasil de R$ 600 para render votos entre quem ganha até dois salários mínimos. Pesquisas apontaram no primeiro turno que as intenções de voto do presidente não se alteraram significativamente entre quem recebeu o benefício.
Uma das razões para isso é que a massa dos mais pobres não sentiu a chamada percepção coletiva de melhora da qualidade de vida. Afinal, não é a chegada dos R$ 600 às contas individuais dos beneficiários que muda o voto, mas as famílias perceberem que a vida delas e de sua comunidade está, de fato, melhor.
E um dos motivos para isso ainda não ter ocorrido é que os alimentos seguem com os preços nas alturas.
Mesmo assim, nesta semana, o governo federal informou que vai antecipar o calendário de pagamentos do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás em outubro. Antes, eles terminariam um dia após a votação, agora terminarão cinco dias antes.
Também anunciou que está incluindo mais 500 mil famílias entre os que recebem o benefício neste mês eleitoral. E Jair Bolsonaro prometeu que, se eleito, vai começar a pagar uma 13º parcela do auxílio para as mulheres.
Se o pagamento do benefício não gerou ganhos eleitorais ao presidente, pode ter segurado perdas. Afinal, a campanha de Jair Bolsonaro não iria insistir, neste momento, em garantir votos dos mais pobres via liberação distribuição de dinheiro se a estratégia tivesse apenas gerando votos ao seu adversário.