Derrite minimiza abordagem policial a apresentador do UOL e nega racismo
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que não tinha conhecimento da abordagem policial realizada na tarde de terça-feira (28) contra o apresentador do UOL Diego Sarza. Ao ser questionado pela coluna sobre o caso e se era possível evitar abordagens constrangedoras, o secretário afirmou que a Polícia Militar aborda indivíduos "com atitudes suspeitas" ou após denúncia feita pela população.
"Eu não soube do caso. Sabe o número de abordagens que a PM fez no ano passado? Mais de 20 milhões de intervenções. É complicado. Como a gente vai falar? É um fato que gera polêmica, mas pode ter certeza que as abordagens policiais na Polícia Militar de São Paulo devem ocorrer, e é ensinado nas escolas de formação, com base em atitude suspeita", disse Derrite.
O jornalista relatou ter sido abordado pela PM na tarde de terça-feira (28) enquanto ia para a empresa, no centro de São Paulo. Sarza disse que um policial afirmou que ele tinha as características de alguém que eles procuravam. Quando indagado quais eram as características, o policial respondeu: "Um homem negro, cabelo cortado e forte".
Ao ser informado do relato, o secretário minimizou e negou que haja abordagem feita com critérios racistas.
"Não existe indivíduo suspeito por raça, cor, credo, religião. E sim, atitudes de alguns indivíduos que levam a realizar abordagens. Uma delas pode ser semelhança com alguém que tenha cometido algum crime, semelhança com algum indivíduo procurado pela Justiça. Vítimas que param a polícia e falam: 'Um indivíduo de camisa azul e calça jeans tentou me abordar, ele é loiro, branco, tem cabelo ruivo'. E aí o policial parte para a abordagem e tenta identificar o individuo que tinha cometido delito."
A coluna perguntou quais medidas a Secretaria de Segurança Pública vai tomar para coibir abordagens com constrangimentos por parte dos agentes, mas Derrite insistiu que os policiais são treinados para abordar pessoas com atitudes suspeitas. Neste ano, o STF julgou inconstitucional a abordagem por perfilamento racial.
"Quem determina os critérios para a abordagem é a população. Ou diretamente para o policial ou via 190. É difícil eu falar da ocorrência porque eu não sei o que aconteceu, estou sabendo em primeira mão. Mas garanto que o que é ensinado nas escolas é que não existe indivíduo suspeito, e sim, atitudes suspeitas", completou.
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