Letícia Casado

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Setor do aço pede a governo volta de cotas para EUA, e Brasil quer negociar

Representantes da indústria de aço no Brasil têm pedido ao governo Lula que encontre uma maneira de negociar com os Estados Unidos a volta de cotas de importação do material. O pedido foi reforçado em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na manhã de ontem.

Desde o mês passado, quando Donald Trump anunciou que taxaria a importação em 25%, o setor tem tentado reverter a medida, além de estimar os impactos que a alta dos preços pode provocar na venda do aço para os americanos. A sobretaxa entrou em vigor nesta quarta.

O primeiro impacto da medida é a insegurança no ambiente de negócios: uma fabricante do México que exporta para os Estados Unidos, por exemplo, sinalizou a um vendedor brasileiro que pretende suspender as compras no curto prazo para ver o que acontece com as mudanças tarifárias do país vizinho, diz uma fonte.

Um integrante do governo afirma que a paralisação de novos negócios, especialmente com o Canadá e o México, é natural por causa da instabilidade do cenário. Mas acrescenta que os Estados Unidos vão sentir o impacto da desaceleração econômica e da inflação —e, somado a isso, estará a pressão dos empresários americanos.

A alta na tarifa do aço importado diretamente do Brasil ainda vai ser calculada ao longo dos próximos três meses —mais ou menos o tempo do ciclo de exportação, que envolve produzir, embarcar e liberar o produto nos Estados Unidos.

A estratégia do governo brasileiro, por ora, é manter as negociações abertas e aguardar as próximas semanas.

"O governo estuda como fazer retaliação, mas ninguém quer ser lembrado por Trump", resume uma fonte.

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