Errou, Guedes: as empregadas domésticas continuam indo à Disney
Paulo Guedes não errou quando disse que muitas empregadas domésticas estavam indo para a Disney. Só erra ao dizer que, com o dólar alto, essa "festa" acabou. Acabou nada, ministro. As domésticas continuam indo. Acompanhando seus patrões milionários, para poupá-los do trabalho de correr atrás do filho que agarrou o rabo do Pluto ou garantir que eles não percam seu lugar na fila para trocar fraldas.
Com um salário médio atual de R$ 1.228,00 segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho) é improvável que um trabalhador doméstico consiga ir a passeio à Disney mesmo se o Real voltar a valer US$ 1, como em 1994. Trabalhadores domésticos são um luxo de países com má distribuição de renda, como o Brasil. Mas para quem está no topo da pirâmide, ir para a Disney com a empregada ou a babá a tiracolo é prática usual. Uma rápida incursão no mundo dos famosos vai mostrar que as famílias de Luciano Huck e Bruno Gagliasso, por exemplo, já visitaram Orlando com suas funcionárias.
Visto e direitos
Algumas buscas no Google mostrarão que assuntos como os trâmites para se obter visto de entrada de domésticas nos EUA ou direitos trabalhistas do empregado no exterior são esmiuçados em inúmeros artigos de sites especializados em Turismo ou Direito.
Mesmo com o dólar acima dos R$ 4, nove milhões e cem mil brasileiros viajaram para o exterior em 2019, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Um número apenas 2,6% menor que o registrado em 2018.
Ou seja: como o próprio Paulo Guedes em suas últimas férias, muitas empregadas domésticas brasileiras devem visitar a Flórida em 2020.
Difícil será, com seus salários, conhecer as lindas praias do Nordeste, como sugeriu o ministro. Ou Cachoeiro do Itapemirim (ES), terra Natal do cantor Roberto Carlos: uma outra sugestão de Guedes. Talvez por achar que o Rei faça música para empregadas.
Vai saber o que se passa na cabeça desses milionários.
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