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Pandora Papers: parentes de empresários de mídia têm offshore, mostra site
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Em um novo desdobramento da Pandora Papers, uma operação de investigação jornalística internacional, o site Poder 360 revelou nesta quinta-feira (07) que pelo menos oito empresários de mídia no Brasil ou seus parentes têm relação com oito empresas offshore em paraísos fiscais.
A lista inclui uma neta de Roberto Marinho (Globo), os irmãos e sócios da rádio Jovem Pan, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, e Marcelo Leopoldo e Silva de Carvalho, a família Alzugaray (IstoÉ), dois filhos do empresário e apresentador Carlos Massa, o Ratinho, Eduardo Sirotsky Melzer, sócio e ex-presidente do conselho da RBS, e Yolanda Vidal Queiroz, que foi a controladora do grupo cearense Edson Queiroz (TV Verdes Mares). A íntegra da reportagem por ser lida aqui.
Ter uma empresa offshore ou conta bancária no exterior não é crime para brasileiros que declaram essas atividades à Receita Federal e ao Banco Central, conforme o caso.
Os repórteres Mario Cesar Carvalho e Guilherme Waltenberg apuraram, ainda, que os herdeiros da Editora Abril, Giancarlo Francesco, Victor e Roberta Anamaria Civita, assumiram ao menos seis empresas offshore em paraísos fiscais no período imediatamente anterior à venda da Abril Educação, em 2015, e ao início da recuperação judicial da editora.
Destas seis offshores, três teriam sido omitidas da declaração de bens feita no início do processo que culminou na venda da Editora Abril, em 2018. Segundo o Poder 360, a omissão de empresas na declaração de bens pode configurar irregularidade.
A operação jornalística foi realizada a partir da análise de milhões de documentos relacionados a milhares de empresas abertas em paraísos fiscais por 300 políticos, empresários e autoridades de 90 países.
No Brasil, além do ministro Paulo Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a investigação também identificou grandes empresários, como os sócios da Prevent Senior, da MRV Engenharia e da Riachuelo, além de figuras ligadas ao governo Bolsonaro, como o dono da Hawan.
A "Pandora Papers" é um projeto coordenado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). Esta iniciativa reuniu 615 jornalistas, espalhados por 117 países e territórios. Integraram o projeto no Brasil profissionais da revista Piauí, dos sites Poder360 e Metrópoles e da Agência Pública.
O ICIJ foi fundado em 1997 pelo jornalista americano Charles 'Chuck' Lewis, então um produtor de TV especializado em reportagens investigativas. Foi lançado como um projeto do Centro pela Integridade Pública e, após dezenas de investigações e prêmios, se tornou uma organização independente em 2017.
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