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Quem é a fotógrafa que fez a imagem mais chocante da guerra até agora
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Estampada no alto da capa do "The New York Times" desta segunda-feira (07), ocupando cinco das seis colunas do jornal, e reproduzida por inúmeras publicações ao redor do mundo, a fotografia de Lynsey Addario é possivelmente a imagem mais chocante, até agora, da guerra na Ucrânia.
A imagem mostra quatro pessoas no chão: uma mulher, seu filho adolescente e uma filha, que parecia ter cerca de 8 anos; e um amigo da família. Os três primeiros estão mortos e dois soldados verificam o estado do homem, que morreu posteriormente. De pé, um soldado observa e ao fundo um homem passa ao lado de um dos corpos.
Addario republicou a foto e toda a sequência de imagens que fez no domingo, em Irpin, em sua conta no Instagram. Num curto texto, escreveu: "Este é o preço brutal da guerra: uma mãe e seus dois filhos mortos enquanto tentavam fugir por uma rota de evacuação de civis de Irpin para Kiev". Acrescentou que ela, um colega do jornal e um segurança que os acompanhava testemunharam "militares russos apontarem seus morteiros diretamente no caminho de pedestres civis". E concluiu: "Testemunhei muitos horrores nos últimos 20 anos cobrindo guerras, mas o ataque intencional a crianças e mulheres é puro mal".
A fotógrafa tem 48 anos e passou as últimas duas décadas registrando crises humanitárias e de direitos humanos em lugares como o Afeganistão dominado pelo Talibã, o Iraque após a invasão americana e o Sudão Ocidental após o genocídio em Darfur, entre outros.
Addario fala do seu trabalho em zonas de guerra ou conflitos no livro "É Isso Que Eu Faço - uma Vida de Amor e Guerra" (Intrínseca, 2016). Já ganhou inúmeros prêmios importantes, entre os quais um Pulitzer em 2009. Em uma entrevista à Folha, na época do lançamento do livro, ela falou sobre o fato de ser uma das poucas mulheres que se especializaram neste campo:
"Ainda é uma profissão dominada por homens, mas há muitas mulheres que registram histórias difíceis e trabalham em zonas de guerra. Em termos de proporção, há uma grande disparidade, mas, ao fim do dia, todos somos julgados pelas fotografias que produzimos. Se você é um fotógrafo intenso, seja homem ou mulher, será respeitado pelo seu trabalho".
A fotógrafa começou a trabalhar na Argentina, no Buenos Aires Herald, em 1996. No Estados Unidos, ganhou experiência fotografando para a agência Associated Press. Morou na Índia por um período e nos últimos anos tem trabalhado para o New York Times, National Geographic e Time.
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