Com orçamento e aborto, Lula adia reunião com ministro indiciado pela PF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou a reunião com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado pela Polícia Federal por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro, e organização criminosa, entre outros crimes, apurou a coluna.
O encontro, que estava previsto para ocorrer assim que o presidente voltasse do exterior, deve acontecer nesta semana, ainda sem data marcada, conforme fontes no Palácio do Planalto. No gabinete do ministro, a informação é que ainda não houve nenhum contato do Planalto.
Lula dedicou boa parte da manhã a reuniões com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, sobre o orçamento de 2025 e possíveis corte de gastos. A articulação política do governo também está envolvida no debate sobre o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio.
Enquanto isso, o indiciamento de Juscelino pela PF acabou ficando fora dos holofotes. O ministro é acusado de participar de uma organização criminosa que desviava verbas parlamentares para obras viárias por meio da Codevasf, a estatal preferida do centrão. Emendas de quando Juscelino era deputado teriam sido direcionadas para a prefeitura comandada por sua irmã em Vitorino Freire, no Maranhão.
A PF indiciou o ministro das Comunicações na última quarta-feira, mesmo dia em que Lula viajou para o exterior. Na Suíça, o presidente chegou a dizer que ligaria para Juscelino, mas depois preferiu conversar com ele e tomar uma decisão pessoalmente. Lula afirmou então que o ministro tinha o "direito de provar sua inocência".
O União Brasil vem defendendo a permanência do ministro no cargo e acusando a PF de ser "parcial" na investigação.
Reportagem
Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Deixe seu comentário