Boulos ataca Nunes por apagão, prefeito muda agenda e rebate: 'Oportunista'
Desde as chuvas que atingiram São Paulo ontem à noite deixando bairros sem luz, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) travam um duelo nas redes sociais e em declarações públicas.
Boulos acusa o prefeito de ser responsável pelo apagão. Em seu post mais recente no Instagram, o candidato visita uma residência que foi atingida por uma árvore que caiu com a força das chuvas.
"Junta o prefeito que não tem pulso para fazer a companhia (Enel) garantir o básico na cidade de São Paulo e também não faz poda de árvore", afirma o candidato do PSOL em um dos posts.
As publicações se repetem, com dizeres como: "Caos em São Paulo: sem luz e sem prefeito".
Já o prefeito Ricardo Nunes diz que está sem dormir desde ontem à noite, percorrendo a cidade com o colete laranja da defesa civil. Ele alterou a agenda, já que estava prevista hoje uma visita a Basílica de Nossa Senhora Aparecida por causa do aniversário da Padroeira do Brasil.
O prefeito esteve nas zona sul, norte, nas marginais, na Lapa e conversou com os presidentes da Enel e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Nunes responsabiliza a concessionária pelo apagão e chama o rival de "oportunista".
"Lamento que o Boulos faça uso político com a dor das pessoas. Ele está lacrando e nós estamos trabalhando", disse Nunes à imprensa. "A Enel é fiscalização, concessão do governo federal. Ele como deputado federal não fez nada."
Confusão entre aliados
Em um post nas redes sociais, Boulos afirma que conversou com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Segundo o candidato, Silveira enviou mais um pedido ao presidente da Aneel, Sandoval Feitosa, para tomar providências contra a Enel.
Boulos ressalta que o presidente da Aneel foi indicado por Bolsonaro e questiona se Nunes também vai cobrar o seu "aliado". A Aneel é uma agência regulatória com mandato independente.
Aliados de Nunes ironizaram e questionaram se Boulos estava cobrando o próprio governo Lula, já que Silveira é ministro, mas filiado ao PSD, partido de Gilberto Kassab.
Kassab é secretário do governo de Tarcísio de Freitas e estava no palanque com Nunes.
O apagão ocorre às vésperas do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, marcado para 27 de outubro.
No fim de outubro de 2023, uma forte chuva deixou moradores da capital paulista até quatro dias sem luz, gerando o caos pela cidade. A falta de energia provocou prejuízos para o comércio e chegou a ameaçar até a realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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