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Tales Faria

Problemas de Bolsonaro são nas áreas dos filhos: RJ, SP e redes sociais

10.set.2018 - Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress,
10.set.2018 - Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress,

Colunista do UOL

30/10/2019 11h07

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A crise do presidente Jair Bolsonaro com o PSL tem como foco o controle dos diretórios do partido do presidente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) comanda o partido em seu estado. No Rio de Janeiro, o comando está nas mãos do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Nos dois estados os filhos de Bolsonaro estão em disputa com o grupo do presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), que rompeu com o presidente da República.

Bolsonaro já sugeriu que aceita um acordo com Bivar, desde que seus dois filhos mantenham o comando da legenda nos dois estados e voltem a receber da Executiva Nacional do partido uma parte dos recursos do Fundo Partidário.

A briga em São Paulo resultou no rompimento com a líder do governo no Congresso, Joice Hasselman (PSL-SP). A deputada abriu as baterias contra o que seria um núcleo de produção de fake news bolsonaristas em funcionamento no Palácio do Planalto.

O resultado é que o assunto se tornou alvo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake News, para a qual Joice já foi convidada a depor. Hoje, fala na CPMI um aliado de Joice, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), expulso do PSL depois que rompeu com Eduardo e Jair Bolsonaro.

O filho vereador do presidente, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), é considerado o grande mentor da área de redes sociais e internet do bolsonarismo. A oposição pretende chamá-lo a depor.

Carlos já admitiu ter postado no WhatsApp do presidente uma mensagem em favor da prisão logo após as condenações em segunda instancia. O tema está sendo alvo de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A mensagem foi apagada, por ter sido considerada um tentativa de emparedar a Corte.

Agora, apareceu na conta de Bolsonaro um vídeo, tambémapagado depois, em que os ministros do STF são classificados de hienas a atacar um leão ferido, apontado como sendo o presidente da República.

O vídeo causou indignação no Supremo e deflagou suspeitas de que Carlos seria o autor. Bolsonaro pediu desculpas públicas, mas não revelou a autoria.

No Rio de Janeiro, o filho senador do presidente abriu guerra com o governador do estado, Wilson Witzel (PSC), que anunciou o desejo de concorrer à Presidência em 2022.

Em vídeo, o presidente da República acusou o governador do estado de estar por trás do vazamento da notícia de que um dos suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) teria entrado no condomínio onde reside Bolsonaro, no dia da morte.

A autorização para entrar, segundo o porteiro, teria partido da casa do presidente.

Enfim, os três principais problemas políticos do presidente no momento, com potencial explosivo contra seu mandato, têm como foco seus filhos.

Ora pelo desejo do presidente de lhes garantir protagonismo, ora pelas confusões que eles mesmos criam.