Tales: Sem proteção de Bolsonaro, Daniel Silveira vai afinar fora da prisão
Após deixar a prisão, o ex-deputado federal Daniel Silveira deve se manter longe dos holofotes por não contar mais com a proteção do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (20).
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes concedeu hoje a liberdade condicional a Silveira, que deve usar uma tornozeleira eletrônica e obedecer a uma série de outras restrições. Em 2022, o ex-parlamentar foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaçar o Estado Democrático de Direito e coagir o andamento do processo investigatório. Ele foi beneficiado após cumprir mais de um terço da pena.
Ele é um personagem que se garantiu muito porque tinha as costas quentes. Quem o protegia era nada menos do que Jair Bolsonaro, o então presidente da República. Ele lhe concedeu uma anistia e fez Silveira se achar absolutamente acima da lei. Ele tirava aquela tornozeleira que usava antes de ser preso e desfilava pela Câmara sem ela, chamando a atenção.
Silveira foi preso inicialmente porque ameaçou dar uma surra nos ministros do Supremo. Esse era o sentimento de impunidade que ele tinha por causa das costas quentes. O problema é que agora ele não tem mais isso. Quando não se sentem protegidos e blindados contra a lei, esses valentões afinam. Tales Faria, colunista do UOL
Na visão de Tales, a situação de Silveira está atrelada à de Bolsonaro. Como o cerco ao ex-presidente está se fechando, o ex-deputado federal tende a ficar mais recluso e evitar novas polêmicas, ressaltou o colunista.
Aposto que Silveira não fará nada de mais enquanto Bolsonaro estiver enfraquecido. Se lá na frente sentir que há uma possibilidade de uma volta do bolsonarismo mais forte, do próprio Bolsonaro e de alguém que lhe dê costas quentes, ele voltará a agir. Disso não há dúvidas.
Enquanto estiver sem a proteção de alguém, ele vai afinar e ficar mansinho durante um bom tempo, até se resolver essa questão do Bolsonaro e de seus aliados. Tales Faria, colunista do UOL
Josias: 'Cana suave' a Braga Netto é inaceitável, mas amparada em lei
O general Walter Braga Netto desfruta de privilégios inadmissíveis na cadeia, mas a lei lhe oferece este benefício, contrastando com a situação de boa parte dos presos no Brasil, disse o colunista Josias de Souza.
Em condições normais e em um país normal, Braga Netto estaria em uma carceragem, como qualquer outro prisioneiro. No Brasil então, em que quatro em cada dez prisioneiros pobres estão recolhidos ao sistema prisional sem nem ter uma sentença condenatória, essa 'cana suave' oferecida ao general é um privilégio inaceitável, que está amparado pela lei.
Essa legislação reflete uma das maiores iniquidades sociais do Brasil. O país distingue os delinquentes pela camada social e hierarquia profissional. Até o ano passado, qualquer pessoa que tivesse um curso superior iria para uma 'prisão especial'. O Supremo extinguiu esse benefício, mas remanesceu esta prisão de determinadas categorias, uma delas sendo os militares.
Um garoto da periferia flagrado em uma delinquência qualquer vai para os fundões do sistema carcerário. Um general golpista, preso preventivamente em um quartel, está lá, desfrutando dessa mamata e de uma mordomia que não deveria existir. Josias de Souza, colunista do UOL
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